BANDIT 650 S VRS. V-STROM DL 650
A Casarão Motos Suzuki em parceria com o Diário de Motocicleta realizou o primeiro Teste Drive Casarão, de uma série que pretende confrontar motos de estilos diferentes, mas de mesma cilindrada. E para começar colocamos duas máquinas Suzuki na estrada que com certeza são o sonho de consumo de muitos motociclistas – Bandit 650 S vrs. V-Strom DL 650.
O teste compreendeu cerca de 208 km onde ambas as motos tiveram seus pneus calibrados e tanques completados até o limite.
Preparadas, a avaliação já começou nas ruas da cidade de Santos, que em alguns trechos e horários, não fica a desejar nada para as grandes cidades quando o assunto é trânsito.
Mesmo com o porte alto da V-Strom e o estilo agressivo e esporte da Bandit, ambas são motos que apresentam fácil dirigibilidade mesmo entre corredores, aonde a V-Strom ganha um ponto a mais por escapar mais facilmente dos retrovisores dos carros que em grande maioria passam abaixo da manopla. O motor da Bandit parece não gostar muito da baixa rotação e a sua potência mexe com o psicológico do piloto na expectativa de ruas livres.
É sempre bom lembrar que em vias públicas a velocidade não pode exceder 60 km/h, salvo vias expressas quando sinalizadas com placas.
Ao cruzarmos a Balsa que liga Santos ao Guarujá, atravessamos mais um trecho urbano com radares, lombadas, semáforos e buracos o que não é o forte da Bandit que sente muito os solavancos.
Superado a zona urbana, finalmente entramos na Rod. Piaçaguera-Guarujá e mais a frente a SP-055 Rod. Rio-Santos. Ai a brincadeira começo e ambas as motos puderam mostrar para o que foram feitas.
Como sou um proprietário de uma V-Strom, pilotei a Bandit nesta primeira parte do teste que previa subir a SP-098 Rod. Dom Paulo Rolim Loureiro, mais conhecida como Mogi-Bertioga.
O Ricardo, proprietário da Casarão Motos seguiu a frente com a V-Strom enquanto eu sentia as diferenças em pilotar uma esportiva pronta a responder a qualquer comando meu.
De cara, o arranque da Bandit deixa caído qualquer queixo e a aceleração é muito rápida e a casa dos 100 km/h facilmente é deixada pra trás fazendo jus aos quase 20 cavalos de força a mais sobre a V-Strom – 85hp contra 67hp respectivamente.
Com um centro de gravidade mais baixo, as curvas podem ser feitas com uma inclinação bem grande que quase passa pela cabeça a possibilidade de raspar o joelho no chão, mas é uma idéia que desaparece tão logo você se lembre que está de calça jeans e não corre no GP de Moto Velocidade.
Como viajo com uma V-Strom há mais de um ano, três pontos me causaram certo desconforto. O primeiro foi o impacto do vento. Mesmo carenada e com bolha, a corrente de vento bate na base do capacete – tenho 1,80 de altura - o que me forçou a abaixar a cabeça e procurar quase colar o queixo no peito, posição bem desagradável, ou me curvar sobre o tanque, o que com o tempo começou a surgir as primeiras e pequenas dores nas costas.
Em terceiro lugar veio uma dor nas palmas das mãos, já que a posição de pilotagem lança o corpo para frente e com um guidão baixo, o peso do corpo se concentra em parte nos punhos.
Essas três observações não ocorrem na V-Strom, onde costumo viajar com a viseira levantada – isso constitui uma infração, eu sei – mas que com a bolha ajustada no segundo nível, a muito não sei o que é um inseto batendo no capacete. Com a Bandit viajar com o capacete aberto é quase que impossível, a não ser que não ultrapasse os 60 km/h o que para um motor esportivo e assobiador é quase uma heresia.
A posição de pilotagem da V-Strom é mais ereta e os braços ficam quase que retos, eliminando as dores nas palmas das mãos citada acima, no entanto, por possuir laterais fechadas e robustas, a V-Strom é mais suscetível a ventos laterais do que a Bandit que, se você colar as pernas no tanque, vira uma massa única e rasga a Serra tanto na subida quanto na descida.
Em se tratando de potência, ambas as máquinas subiram a Serra rumo a Mogi das Cruzes sem esforço algum, e as retomadas de velocidade após algumas curvas fechadas, foram feitas simultaneamente.
Na volta para Santos, eu e o Ricardo trocamos de moto e quando subi na V-Strom tive a agradável sensação de estar em casa, afinal é a moto que piloto e me sinto confortável e mais seguro, embora saiba que os pontos que citei de desconforto sentidos na Bandit são sensações completamente adaptáveis e que no uso constante, tendem a desaparecer.
Eu mesmo quando sai da Shadow 600 e passei para V-Strom senti desconfortos por conta da mudança de posição sobre a moto. Recordo-me que pilotava deitado para trás com as pernas esticadas por conta de comandos avançados, e na mudança, pilotar sentado me rendeu fortes dores na lombar e queimação nos ombros, já que meus braços passaram a suportar parte do peso do corpo, o que não acontecia na moto anterior.
Conversando com o nobre Deputado (Silvio do M.C. Águias do DF), proprietário de uma Bandit 650 N, ouvi o testemunho das adaptações sentidas quando ele deixou a sua XT 600. Como possui cerca de 1,90m, as dores nas penas foram os primeiros sintomas, chegando a lhe causar câimbras nas coxas e as já citadas dores nas palmas das mãos.
O tempo e o hábito curaram as diferenças, mas mesmo assim o Deputado sentiu a necessidade de colocar uma pedaleira para poder esticar as pernas durante viagens longas e uma bolha para minimizar o impacto do vento.
Acho que é a única esportiva com uma nota custom que eu conheço!
Ao termino do teste re-abastecemos as motos e o consumo foi de 22,3 km/lt para a V-Strom e 20,4 km/lt para a Bandit.
A nota de diversão proporcionada por ambas foi 10, o que confere um empate entre essas duas belezas.
Curta as imagens feitas na estrada e fique ligado no próximo desafio!