Entenda o Proj. Rodando as Cidades da Copa
Quem me conhece sabe que eu não sei quantos caras jogam no gol... só para ter uma ideia do grau de importância que o tema futebol tem na minha vida, mas ai você deve estar se perguntando, que raios de projeto é este então?
Bom, há tempos nós sonhávamos em viajar pelo Brasil, na verdade, o plano sempre foi conhecer primeiro o nosso país, para só então sair em viagem pelo mundo.
Quebrar a cabeça montando um roteiro que cruzasse as cinco regiões foi um desafio superado, quando anunciaram a Copa do Mundo no Brasil.
O evento caiu como uma luva, já que distribuiram os jogos pelos quatro cantos do país.
Agora eu tinha um roteiro, e bastou um pouco de logística para traçar os mapas de uma volta completa, em sentido anti horário, saindo de São Paulo, subindo para Brasília, depois Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Manaus (seis dias navegando o Rio Amazonas e depois descendo a BR-319), Cuiabá, Porto Alegre e Curitiba.
Vimos muitas Arenas ainda em construção, muita obra que até hoje não foi entregue, e nos tornamos os únicos turistas a visitar os 12 Elefantes Brancos erguidos/reformados para a Copa do Mundo.
Política a parte, focamos no turismo que estas 12 cidades "sede da copa" oferecem aos turistas, com ou sem um evento deste porte.
Em parceria pela 2ª vez consecutiva com o Salão Duas Rodas, nossa trip pelo Brasil terminou com a nossa moto mais suja do que nunca, em exposição no Anhembi, onde mais uma vez tivemos o prazer de receber o abraço dos amigos e escutar incríveis relatos de viajantes de moto.
UM TAPETE PELO SERTÃO NORDESTINO
Cidade: Fortaleza/CE | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 28/8/2013
Um céu azul sem um a nuvem sequer veio nos fazer pirraça enquanto montávamos a moto para seguir viagem, desta vez com destino até Fortaleza.
Esta viagem está incrível, e deixar cada cidade é sempre a parte difícil. Por serem capitais, as alternativas de pontos turísticos são dignas de uma semana de permanência, o que no nosso caso infelizmente é inviável e faz povoar a mente a necessidade de uma segunda volta no Brasil.
Mas isso é outra história... por hora, bora motocar.
O trânsito de Natal é incrivelmente organizado e silencioso... não se ouve buzinas e os motoristas respeitam as velocidades mesmo nas vias em que não há radares.
Outra coisa que nos surpreendeu foi a ausência de trânsito, mesmo quando demos volta pelo centro e praias, e na nossa partida não foi diferente.
Em poucos minutos estávamos na estrada, é bem verdade que atrasados como de costume, mas prontos para rodar parte do sertão.
Nestes km subindo a costa brasileira, sempre tivemos ao nosso lado muito verde, com momentos de árvores quase na beira da estrada, o que contrastava com a impressão paulista que temos do nordeste que nos remete à secura.
Contraste maior, só se compararmos com estradas rodadas no Mercosul. Não há outro país com tanto verde como no Brasil, mesmo no nordeste a paisagem é exuberantemente viva.
Desta vez, por conta da nossa posição geográfica na cabeceira do Brasil, nosso trajeto deixaria o eixo Norte Sul para rodar Leste Oeste, e isso se fez notar pela mudança na paisagem, aonde o verde foi dando lugar cada vez mais para o sertão com sua vegetação rasteira, de árvores secas e tortuosas cobertas por um verde mais puxado para o ocre.
Pedras e terra passaram a ser o tom da viagem, por uma estrada possuidora de um asfalto fantástico. A BR-304 é um tapete que ainda está em fase de recapeamento, o que lhe confere alguns km sem pintura... dificulta as ultrapassagens, mas como o fluxo é bem pequeno, a viagem rende e a estrada passa.
Ela é toda vicinal e oferece muitos postos de combustível e alguns km duplicados, o que nos levou a parar somente em Mossoró, quando tivemos a grata satisfação de encontrar nosso amigo Doryan.
Nos conhecemos na aduana Argentina/Brasil em Foz do Iguaçu em 2011, quando voltávamos do Projeto Caminho do Peabiru (nossa primeira parceria com o Salão Duas Rodas) . Doryan e a esposa tinham saído de Mossoró para rodar o Uruguai e parte da Argentina, e ali também se preparavam para voltar para casa, mas pelo interior do Brasil.
Revê-lo foi muito legal, ainda mais que me garantiu uma entrevista sobre o cenário duas rodas em Mossoró e o prazer em lhe presentear com um ingresso para o Salão Duas Rodas no qual o amigo irá conhecer este ano pela primeira vez.
Fotos tiradas, adesivos trocados, seguimos viagem com o roteiro alterado, onde acatamos a sugestão do amigo em deixar a BR-304 na cidade de Aracati, já no Ceará, onde acessamos a Via Litorânea CE-040, uma estradinha vicinal linda que no pôr-do-sol não precisa de mais nada.
Além de se evitar a BR-116 até Fortaleza, é possível economizar cerca de 20 km. O único senão são as lombadas eletrônicas de 60 km/h. Doryan me avisou que seriam 34 lombadas... eu contei 22 e me pergunto quantas multas eu tomei (rs).
Depois de tranquilas 6h, chegamos a Praia de Iracema onde estamos hospedados e prontos para um rápido rolê por Fortaleza.
Bora motocar!