COMPREI UMA TIGER 1200 – VALEU A PENA?

Postado em: 05/09/2018 | Categoria: Avaliações
Diário de Motocicleta

São inúmeros os contatos que recebo de amigos perguntando qual a melhor moto para viajar, e sempre respondo que qualquer moto te leva para qualquer lugar, e que pilotos abrem mais o bico do que as motos.

Penso que a cilindrada deva crescer juntamente com a experiência do motociclista, mas antes de tudo, deva atender aos propósitos de cada aventureiro.

É uma moto pra dar rolezinho, para viajar com a garupa ou comer pedra e areia pelos Jalapões e Patagônias da vida?

Foi com esse pensamento que iniciei um processo interno de substituição da minha DUCATI Multistrada 1200 S Touring, que sempre considerei o top da cadeia alimentar, e que aos 142.000 km me oferecia dois distintos caminhos, seguir rumo aos 200.000 km, ou começar um odômetro do zero.



Na rotatória eu acabei zerando o velocímetro quando comprei a Nova Triumph Tiger 1200 XR, isso mesmo, eu comprei e quero deixar isso claro antes que mais uma vez o coletivo imaginário acredite que tudo que eu uso e recomendo é fruto de patrocínio.

A Nova Tiger 1200 XR é a moto de entrada desta categoria da Triumph, que ainda apresenta as versões XCx e XCA – a mais top da família.

Não vou me estender em comparações entre os modelos, até porque ainda pretendo realizar testes, mas a minha escolha se deu justamente pelo propósito, pelos planos que tenho para esta motoca nos próximos 12 meses, e respondendo sem mais delongas a pergunta que segue o título deste artigo, sim, valeu muuuuuito a pena.

Assim que testei a Tiger 800 XCA me apaixonei pela força associada a suavidade dos três canecos da Triumph, e isso foi determinante para escolha da marca inglesa.

A Tiger 1200 XR vem com três modos de pilotagem: Road, Rain e Off-Road, guardada as devidas precauções por conta de suas rodas de liga leve. Possui piloto automático que certamente me facilitará a condução dos próximos grupos de viagens agendados, aliviando dores de tendinite que venho gradativamente sofrendo por conta do constante esforço nas viagens de longa distancia que nosso calendário cumpre.



A versão XR não possui manoplas aquecidas e tão pouco seus protetores – o que penso em instalar em breve, mas vem com o mimo de Bolha elétrica que pode ser ajustada com o pressionar de um botão. Particularmente acho a manopla aquecida mais útil, mas sem sombra de dúvida, é um sistema interessante e muito melhor que modelos em que é preciso soltar parafusos e ajustar a posição desejada.

Confesso que dois pontos me deixaram atentos na troca da Multistrada pela Tiger, o primeiro relativo a cavalaria que comparando com a motoca antecessora, caiu de 150cv para 141cv – sinceramente, 9 pangarés não fizeram falta alguma e na primeira viagem teste entre São Paulo e Nova Friburgo no Rio, a motoca se saiu majestosa tanto nas ultrapassagens com retomadas e subidas de Serra.

A outra preocupação foi quanto ao sistema de suspensão que na DUCATI era inteiramente eletrônico, oferecendo um conforto quase sobrenatural. No entanto, a Nova Tiger 1200 me surpreendeu neste primeiro teste – sem garupa – onde a suavidade da motoca diante das imperfeições da pista me proporcionou muito conforto e quase nenhum solavanco.

O banco extremamente macio, ganhou o prêmio TOP entre todos os modelos que já pilotei na vida.

Nestes primeiros 1.000km testados, rodei por rodovias como Ayrton Senna/Carvalho Pinto, Dutra e Arco Metropolitano onde não marquei touca e entortei o cabo, mantendo o giro alto na casa dos 140 km/h – uma rara exceção no processo de amaciamento da moto.
Fora esta última pista, rodei na casa dos 120 – 130km/h o que me consumiu algo perto dos 17 km/L, o que considero muito bom para uma 1200 com motor novinho.

Referente ao trajeto, a moto vem na mão, com ciclística leve, deitando tranquila nas curvas e aproveitando toda banda do pneu traseiro – 170/60-17.



A distancia entre piloto e painel é um dos maiores que já vi, e vem completo com informações básicas inerentes a outros modelos de moto, como Trip 1 e 2, velocidade, marcha, temperatura e um marcador de odômetro que ao entrar em reserva, passa informar a autonomia em KM.

Neste ponto - que ainda realizarei alguns testes de pane seca, em determinado momento após alguns quilômetros andando na reserva, surgiu a informação que minha autonomia era de 0KM, mas mesmo assim rodei cerca de 15km e ao abastecer ainda tinha 2L no tanque.

Sempre sugiro aos amigos a efetuarem testes de consumo e não confiar cegamente nas informações do computador de bordo – é uma informação que precisa de ajuste fino, que penso variar de moto para moto, tipo de pilotagem e qualidade do combustível, mas nada que desabone o sistema da motoca.

A posição de pilotagem é bem confortável, com banco ajustável em duas alturas, da qual usarei a mais alta – tenho 1,80m.
A pegada no guidão deixa os braços pouco flexionados e a visão dos retrovisores é bem ampla.

Mas de todas as mudanças, sem sombra de dúvida a migração de corrente para cardan foi a mais notada. Que delícia a resposta da motoca, muito mais atenta e com força na resposta. Ponto para manutenção que me poupará latas de MOTUL C1 e C2 que usualmente utilizava na preservação das minhas relações.

Ao retornar para casa, após um final de semana rodando, parei a moto para primeira revisão prevista para 800km e tive um gasto de R$ 680,00 (US$156).
A próxima revisão será com 16.000 km, antes disso farei uma troca de óleo 100% sintético 10W40 aos 8.000 km.

Em uma conta rápida, calculando os custos de manutenção previstas, incluindo trocas de pastilhas e pneus que devem ocorrer antes da próxima revisão, cheguei ao valor de R$ 0,24 por KM/rodado, muito longe dos R$ 0,89 investidos na Multistrada durante os 4 anos mantendo a motoca.

Isso, somado ao seguro na casa dos R$ 3.700,00, fecha com chave de ouro e sorrisão na cara.

Bora motocar e curtir o vento com Triumph.


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