MOTOCICLISTA COLOMBIANO EM SUA VOLTA AO MUNDO PASSA PELO LITORAL DE SÃO PAULO
Quando minha amiga Sônia me avisou que um moto aventureiro da Colômbia estava hospedado na sua casa em Praia Grande/SP, não pensei dois segundos antes de marcar uma entrevista aqui para o Diário de Motocicleta, o que rendeu um delicioso bate papo entre dicas de viagem pela Colômbia e as aventuras de Jorge e Milú – sua moto.
Jorge, 25 anos é natural de Cali na Colômbia, já anda de moto há algum tempo, mas seus horizontes estavam cerrados em turismo local e algumas andanças pelo Panamá.
Mecânico de motos, em 20 de Setembro de 2012 saiu de casa com a idéia de rodar e conhecer o máximo possível de cada país da América Latina e com apenas 30 mil Pesos Colombianos (R$15mil) começou sua aventura.
Após alguns km ainda na Colômbia, Jorge entrou no Equador onde permaneceu durante 2 meses rodando mais de 4.500 km conhecendo pessoas e lugares incríveis.
Na seqüência entrou no Peru por onde rodou na Selva Amazônica e após atravessar a Cordilheira Branca (parte mais alta da Cordilheira dos Andes) chegou à costa do Pacífico e desceu rumo a Lima, Nasca, até se atraído para Cuzco e as maravilhas de Machu Picchu.
Neste trecho sua namorada o encontrou e juntos visitaram a “montanha mágica” dos Incas.
Jorge é o fundador do Cali Moto Clube que já existe há cinco anos, e este espírito de irmandade é o que lhe tem ajudado ao longo do caminho, onde sempre encontra abrigo e até trabalho, como no Peru e na Argentina onde trabalhou algumas semanas como mecânico e conseguiu dinheiro para prosseguir na viagem.
O destino seguinte foi a Bolívia onde visitou lugares incríveis como Potosí – a cidade mais alta do mundo – e Sucre.
Encarou as areias da Ruta Nacional 5 – o Diário de Motocicleta rodou por esta estrada em 2011 onde 150 km foram vencidos em 7h – e saindo em Santa Cruz de la Sierra seguiu para o Brasil, entrando por Corumbá.
Jorge confessa que tinha receio de entrar no Brasil e que não fazia parte dos planos encarar as terras tupiniquins, tudo por conta da propaganda negativa que a violência nas favelas cariocas espalham nos noticiários pelo mundo. A impressão que ele tinha é que a insegurança reinava nas nossas ruas e estradas, quase que o mesmo receio que muitos motociclistas têm de topar de frente com as FARC ou narcotraficantes na Colômbia.
Na prática a teoria é outra.
Motocando pelo Mato Grosso e depois São Paulo, Jorge e sua Milú, uma Sandow 250, pretendem subir até o Rio de Janeiro pela Rio-Santos e depois descer para Foz do Iguaçu e posteriormente Cordoba, Mendoza, Santiago no Chile, por onde seguirá a Carretera Austral até o Ushuaia.
Quando subir para Buenos Aires pretende atravessar o Atlântico até a África do Sul e de lá subir para Europa, Ásia e América do Norte, dando assim uma volta ao mundo em aproximadamente 5 anos.
Dicas sobre a Colômbia
Aproveitando a fonte quentíssima, aproveitei para tirar algumas dúvidas sobre motocar na Colômbia, uma vez que tanto a caminho do Alaska como ao Caribe, a passagem por lá é mais que certa.
As rodovias colombianas segundo Jorge são sinuosas e com um asfalto bom, por todo o país, não há estradas com rípio ou terra batida. Não existem também auto pistas, predominando assim as vicinais, e talvez por este motivo não há cobrança de pedágios.
Na fronteira o processo é tranqüilo e a Identidade vale como Passaporte. É preciso “permisso” para a moto, lá chamado de “temporal” e é exigido o S.O.A.T (seguro obrigatório para acidentes de trânsito) assim como no Peru - semelhante ao nosso DPVAT ou a Carta Verde no Mercosul. Custa cerca de US$ 40,00 para um mês.
A gasolina é medida em Galão de aproximadamente 4L a um custo médio de R$ 3,20 o litro.
A Colômbia possui costa litorânea do lado do Pacífico e Atlântico, porém somente no Atlântico existe cidades e o belíssimo Caribe que segundo Jorge, seus 1.000 km de litoral devem ser curtidos durante um mês.
Já a Cordilheira dos Andes avança sobre o território e se divide em três tipos, a Central, Oriental e Ocidental... todas de tirar o chapéu, ou o capacete.
Quanto a Guerrilha e Traficantes, estes ficam mais na selva onde não há acesso, prova disso é que os únicos lugares que oferecem estradas para fora do país é ao Sul na divisa com o Equador e ao Leste com a Venezuela.
A moeda usada é o Peso Colombiano onde $ 1.000,00 Pesos equivalem a R$ 1,00 (ABR/13 - R$1,00 = US$ 2,15).
Para seguir as aventuras do Jorge na sua volta ao mundo, acessem o facebook dele.
Nós aqui do Diário de Motocicleta desejamos ao amigo Jorge boas estradas nesta incrível viagem de moto avetura.
Que bons ventos o leve!