ANDANDO EM BONDE NA ESTRADA
Sem a realização de uma pesquisa fica difícil afirmar com assertividade, os motivos que levam um motociclista a entrar em um Moto Clube, Moto Grupo ou montar seu próprio Moto Amigos, mas podemos arriscar afirmando que o fato de viajar em grupo seduza uma boa parte.
Levante a mão quem já não babou em fotos de extensas filas de motociclistas nas estradas afora e desejou estar no meio! E quem não deu uma boa gargalhada dentro do capacete e chegou a ficar arrepiado, quando rodando em Bonde, se viu em um mar de motos a sua frente e no retrovisor?
Em 2012, o Diário de Motocicleta por diversas vezes pode organizar e conduzir grupos de motociclistas em passeios, principalmente aqueles oferecidos pela Casarão Motos Suzuki da qual prestamos Assessoria de Marketing. Mas o que é realidade para muitos e sonho de tantos outros, requer disciplina e organização, para que a brincadeira não gere acidentes.
Visando a segurança e sucesso destes passeios, elencamos algumas dicas e observações bastante úteis aos motociclistas viajantes, principalmente aqueles com pouca experiência em viajar em grupo.
Dividindo Responsabilidades
A regra número um é reunir os motociclistas envolvidos no passeio e fazer um Briefing passando a todos os detalhes da estrada a ser acessada, estabelecendo a velocidade de cruzeiro, que deverá respeitar a menor cilindrada presente, estabelecer as paradas para abastecimento, baseado na moto de menor autonomia, e principalmente, apresentando os motociclistas que atuarão como Ponteiro, Ferrolho e Anjo. Mas que raios são esses caras?
Ponteiro: Geralmente este motociclista é o cara que sabe o caminho de cor e salteado e que puxa a fila, controlando a velocidade máxima do Bonde e determinando mudanças de faixas e ultrapassagens, sempre sinalizando obstáculos e outras ocorrências a sua frente. Na formação, a melhor posição é ficar a esquerda da faixa, de onde ele consiga ver pelo retrovisor a extensão total ou a maior possível do Bonde, bem como o movimento da estrada.
Ferrolho: Este motociclista é o cara que fecha o bonde e possui uma responsabilidade se não igual, superior ao Ponteiro, pois precisa ficar atento ao comportamento do Bonde e aos veículos que vem atrás, informando através da seta, a necessidade de mudança de faixa, por isso é de suma importância que TODOS utilizem SETA e RETROVISOR, pois a ordem de mudar de faixa pode vir de trás para frente.
Por segurança, o Ferrolho deve ser representado por um motociclista experiente e com uma moto de alta cilindrada, que possa correr até o Ponteiro rapidamente em caso de problemas. Tal qual o Ponteiro, o Ferrolho deve-se posicionar na fila da esquerda no Bonde.
Anjo: Geralmente essa “entidade” aparece em Bondes acima de 30 ou 40 motos e é o cara que anda paralelamente ao Bonde trabalhando principalmente na contenção de espaços muito grandes entre as motos. É o cara que pode levar uma filmadora, bem como uma garupa com máquina fotográfica, pois será praticamente a única pessoa com uma visão total do Bonde, podendo transitar do Ferrolho ao Ponteiro.
Não menos importante, temos ainda a “galera” do Miolo do Bonde, que de todos, são os mais responsáveis pelo sucesso do passeio e segurança do Grupo. Convém manter a sua posição no Bonde a viagem toda, evitando sair da formação ou ultrapassar o colega da frente. A distância da moto adiante deve ser constante e evitar ao máximo a abertura de “buracos” no Bonde, pois um carro ou outra moto pode entrar neste espaço, dividindo o Bonde e até mesmo causando quedas!
Todos os sinais feitos pelo Ponteiro devem ser repetidos pelos integrantes do Miolo, de forma que todos estejam atentos a saídas, buracos, lombadas entre outros.
A formação do Bonde na Estrada
Alguns Moto Clubes e Moto Grupos definem na hora do Briefing, a posição de cada um dos integrantes que farão parte do Miolo do Bonde, em alguns casos distribuindo números aos participantes. De qualquer forma, é essencial manter a posição no grupo, atentando para qual moto está a sua frente.
Em rodovias com baixo movimento de caminhões, é prudente usar a faixa da direita, caso contrário, a mais próxima desta.
Na pista, os motociclistas devem posicionar-se como um grande zíper, em fila dupla intercalando uma moto à direita, outra a esquerda, sendo que a distância mínima entre uma moto e outra nunca seja superior a 2m. Uma boa dica é olhar no retrovisor da motocicleta à frente (na fila paralela a sua), se você conseguir ver o capacete refletido no espelho, sua posição é perfeita, uma vez que você não está no ponto cego do motociclista adiante.
Esta distância, vale lembrar, é mais recomendada para velocidades até 110 km/h... acima disso por segurança convém afastar-se um pouco mais.
Ultrapassando veículos
Quando o Ponteiro entender que é preciso mudar de faixa, este dará o sinal de seta e os integrantes atrás dele deverão repassara este sinal até que chegue no Ferrolho. Somente após o Ferrolho mudar de faixa, garantindo que nenhum outro veículo passe, o Ponteiro começará a mudar de faixa guiando o Miolo.
Os Sinais mais usados
Apontar com o pé esquerdo ou direito para o asfalto: significa que há buraco, óleo ou algum objeto na pista e que necessite de atenção e desvio.
Subir e descer a mão sucessivamente: redução de velocidade.
Balançar o braço para trás e para frente, como um remo: significa que o grupo está disperso e as motos mais distantes deverão se aproximar.
Mão apontando para esquerda acima do capacete: significa que irão entrar à esquerda. Esta sinalização não dispensa o uso da seta.
Mão apontando para direita acima do capacete: significa que irão entrar à direita. Esta sinalização não dispensa o uso da seta.
Mão esquerda acima do capacete e realizando círculos no ar: se estiverem em movimento este sinal representará retorno, se estiverem parados – em um posto de gasolina por exemplo – significa que chegou a hora de rodar, ir para estrada.
Mão esquerda fechada acima do capacete: sinal de parada adiante.
Mão fechada com o dedo indicador para cima (número 1): significa que todos deverão assumir a formação de fila indiana – única.
Mão fechada com dois dedos para cima (número 2): significa que todos devem voltar à formação normal.
Braço esquerdo reto com o antebraço balançando: significa lombada ou depressão a frente.
Braço esquerdo para baixo, fazendo círculos com o dedo indicador: Polícia ou radar à frente.
Apontar para o tanque de combustível e em seguida simular uma degola de garganta: significa que a moto entrou na reserva de combustível e precisa parar no próximo posto de combustível.
No caso de abastecimento de Bonde, uma boa dica é parar as motos diante da bomba de combustível em 45°, assim é possível posicionar de 3 até 4 motos por bomba, agilizando o serviço do frentista.