DE BOSTON AO RIO DE JANEIRO NUMA V-STROM DL 650
Esta semana, quando eu estava na Casarão Motos Suzuki Santos/SP fazendo a revisão da V-Strom pós viagem, tive o prazer de conhecer o Léo, motociclista Norte Americano com apenas quatro anos de habilitação, que saiu de Boston em Outubro de 2012 para um role até o Rio de Janeiro.
Léo é praticamente um cidadão do mundo, nascido na Itália de mãe Mineira e pai Italiano, se mudou ainda criança para os Estados Unidos o que lhe garantiu três nacionalidades, Italiana, Brasileira e Norte Americana.
Recém formado em Economia e com 27 anos, fala fluentemente Português e Espanhol, além de Italiano e Inglês.
Pilotando também uma DL 650, ano 2008 preta fosca, me contou que após algumas viagens curtas com seu amigo Stefano nos arredores de Boston, lançou a idéia de fazer uma viagem mais longa e brincou dando o roteiro até o Rio, onde morou durante seis meses em 2010.
Steve não pensou duas vezes em dizer sim para a idéia e neste momento começou os preparativos para esta viagem. Depois de um ano, trocou sua Virago 1100 por uma V-Strom 2008 (apenas US$ 4.500,00 – R$ 9.000,00) e juntamente com o amigo partiram para a maior viagem das suas vidas. Até então, o maior percurso tinha sido de 500 km entre ida e volta para as cidades próximas a Boston.
Com as motocas na estrada e as economias no bolso, desceram primeiro até Miami e depois cruzaram parte dos Estados Unidos até sair para o México, um dos trechos tensos da viagem por conta da guerra do tráfico onde após as 20h nem polícia fica nas ruas.
Léo conta que estranhou o depósito exigido no México para entrada do veículo, onde foi cobrado US$ 400,00 como caução, com a promessa de reembolso na hora da saída, mas como pagou com cartão de crédito, o reembolso demorou 30 dias, sendo que quando pagos em dinheiro, o mesmo é feito na hora.
Em Honduras também houve taxa, cerca de US$35,00, mas sem devolução.
A travessia do Panamá foi conturbada, como muitos amigos do Diário de Motocicleta já comentaram em e-mails e em conversas de botequins. Léo optou por um Catamarã que levou 5 dias de navegação e lhe consumiu mais de US$ 800,00. “Há a possibilidade de negociar com ribeirinhos o transporte por barcos, mas nenhum completa o trajeto todo, então em cada escala é preciso negociar. O valor é mais em conta, mas como não existe tabela, o último barqueiro pode cobrar o que quiser, por que no meio do nada a única alternativa será pagar e isso pode sair muito mais caro.” – afirma Léo.
Na América Latina rodaram pela Colômbia, Equador, Peru com direito a uma visita até Machu Picchu e Cuzco, seguindo depois para a Bolívia e cruzando o Salar do Uyuni.
Desceram para o Chile, cruzaram a Cordilheira dos Andes na altura de Mendoza e partiram para o Sul do Brasil, entrando pelo Chuí.
Até Santos, os amigos rodaram juntos mais de 31 mil km onde o gasto médio foi de US$ 7.000,00, isso por que só dormem em barraca e a viagem tem um foco na aventura e não tanto no conhecimento de pontos turísticos, salvo aqueles indicados pelos moradores locais que fazem sugestões de passeios.
Agora o amigo Stefano voltou para os Estados Unidos e Léo segue sozinho, primeiro seguindo para o Rio de Janeiro para matar saudades da Cidade Maravilhosa e de lá, visitará parentes em Minas Gerais.
Os planos é seguir rumo ao Nordeste via litoral até Belém e de lá decidir o futuro da aventura. O desejo é conseguir patrocínio para atravessar para África e rodar do Senegal até a Itália para reencontrar os avós... mas isso é uma outra história.
Os amigos do Diário de Motocicleta podem seguir o Léo no Facebook e no Blog que conta em fotos a aventura de um motociclista que a bem pouco tempo atrás nunca tinha saído do quintal de casa.
Se alguém souber de empresas interessadas em patrocinar a segunda etapa da viagem, entre em contato com o Léo.
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Até este trecho, foram tocados:
01 Pneu Traseiro;
05 Filtros de Óleo;
35 Litros de Óleo;
01 Relação;
02 Jogos de Pastilhas de Freios Traseiras;
02 Jogos de Pastilhas de Freios Dianteiros.