TESTE RIDE 1.5 K - KAWASAKI VERSYS 650

Revisado em: 22/07/2018 | Categoria: Avaliações
Diário de Motocicleta

Finalizando a família Versys, tive a oportunidade de motocar por 1.500 km com a 650 guiando um grupo por três serras entre São Paulo e Paraná, além de levar amigos para conhecer a Fábrica da GIVI aqui no Brasil.

Ao primeiro contato, numa curta esticada no início da Rod. Castelo Branco, me deu a nítida impressão de pilotar uma moto com quatro canecos, tamanha suavidade que essa bicilíndrica tocou, com um arranque preciso e comprometido em lançar a motoca pra frente.

A posição do piloto é bem central, e com um banco fino, a sensação de abraçar a Versys 650 com as pernas gera um alto conforto, proporcionando um excelente controle dos seus 216 kg.



O primeiro campo de prova foram os 70 km da Estrada dos Romeiros, com curvas fechadas e aos finais de semana, trânsito de ciclistas e cavaleiros.
Mas ainda assim, um delicioso passeio em que foi possível ver até aonde o pneu traseiro 160/60 R17 poderia deitar, e olha, consegui boas inclinações com muita aderência.

A sequência do nosso roteiro foram as mais de 1.360 curvas da Serra Rastro da Serpente, que originalmente se estendia de Colombo/PR até Adrianópolis/PR, as margens do Vale do Ribeira. Mas não demorou muito para nós paulistas reivindicarmos um bom trecho de Ribeira/SP - o outro lado da ponte, até Capão Bonito/SP.



Com o anexo, hoje o trecho se estende por mais de 270 km, com obras 99% concluídas no lado do Estado de São Paulo, o que proporciona agora um traçado de curvas longas e abertas, e o cenário encantador com sequências de curvas no lado do Estado do Paraná.

Mas voltando à Versys, em ambos os roteiros – Romeiros e Serpente, o consumo ficou na casa dos 25 km/L, considerando muitas retomadas ainda em curvas, subidas e saídas de lombadas.



Com 21 litros no tanque, e uma autonomia média de 500 km, acredito que em uma longa viagem com garupa e bagagens, a autonomia atinja com segurança uns 450 km com um tanque, garantindo tranquilidade para atravessar longas paragens como a Patagônia.

Pensando em viagem longa, apesar de ter rodado trechos máximos de 450 km, achei o banco mais confortável que o da Versys 1000, mas observo isso com ressalvas, já que o máximo que fiquei sobre a moto foram 5h. A coisa começa a pegar depois de 8 a 10h motocando, mas enfim, fica uma boa impressão quanto ao conforto, da posição de sentar, ângulo dos braços, a flexão dos joelhos e os pés nas pedaleiras – aliás, costumo quando sozinho, descansar apoiando os pés nas pedaleiras traseiras, e a Versys 650 cc tem a posição ideal para esse tipo de alongamento que faço durante longas retas.
Se bem que retas neste roteiro foi coisa rara, já que ainda teríamos que descer e subir a Estrada da Graciosa.

A descida foi tranquila com direito a pastel e caldo de cana no meio do caminho, e no dia seguinte, após curtimos uma noite no 4° Festival de Blues de Antonina/PR, subimos a Graciosa molhada da chuva que caiu a noite, e ainda com neblina causada por nuvens baixas.

O grupo ficou receoso com o piso de paralelepípedo liso e brilhoso por conta da água, mas transmiti confiança ao grupo que confiou em mim e deixou um paradigma sobre pilotar com piso molhado.

A Versys 650 cc não possui controle de tração, mas em nenhum momento a ausência desse dispositivo me colocou em risco, ou poderia ter me salvo de um escorregão.
A tração do motor, descendo e subindo em 3ª Marcha foi suficiente para manter a moto em torque seguro e contínuo.



Não que eu despreze o controle de tração, longe disso, mas ressalto que a Versys 650 cc oferece um sistema confiável, ficando claro o resto, com a habilidade do piloto.

A finalização destes testes se deu guiando outro grupo, desta vez para Fábrica da GIVI no interior do Estado de São Paulo, o que nos colocou para rodar a Rod. Ayrton Sena/Carvalho Pinto, e um pequeno trecho da Via Dutra.

Em ambas as estrada, mais planas, onde a constância da velocidade é mais facilmente estabelecida, os 69CV de força fizeram tão bonito quando nos trechos de serras, impulsionando a moto durante ultrapassagens e arrancadas de pedágios.

O consumo baixou para a casa dos 23 km/L, o que só não surpreendeu tanto diante do consumo de 20 km/L na cidade.

Por mais de 1.000 km, tive minha atenção dividida entre o traçado da estrada e o retrovisor, cuidando dos meus grupos, e neste quesito, o campo de visão oferecido pelos retrovisores da Versys 650 cc, supera qualquer outra moto Kawasaki que eu já tenha testado.

O ponto negativo mais uma vez fica para o botão no painel para acesso de informações. Mais uma vez a Kawasaki poderia ter optado em colocar esse botão no guidom, com fácil acesso ao meu dedão. O jeito é prestar muito atenção quando tirar a mão da manopla para visualizar outros dados no painel, sem perder a visão periférica da estrada durante essa operação, ou encostar e consultar as informações que precisa.



No geral, a Versys 650 cc, com sua postura de 1000cc na linda cor cinza fosco, chamou a atenção por onde passou, e se mostrou confiável e confortável, capaz de encarar uma viagem longa e segura, tanto para pilotos solos, ou com suas garupas.


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