Entenda o Proj. Rodando as Cidades da Copa
Quem me conhece sabe que eu não sei quantos caras jogam no gol... só para ter uma ideia do grau de importância que o tema futebol tem na minha vida, mas ai você deve estar se perguntando, que raios de projeto é este então?
Bom, há tempos nós sonhávamos em viajar pelo Brasil, na verdade, o plano sempre foi conhecer primeiro o nosso país, para só então sair em viagem pelo mundo.
Quebrar a cabeça montando um roteiro que cruzasse as cinco regiões foi um desafio superado, quando anunciaram a Copa do Mundo no Brasil.
O evento caiu como uma luva, já que distribuiram os jogos pelos quatro cantos do país.
Agora eu tinha um roteiro, e bastou um pouco de logística para traçar os mapas de uma volta completa, em sentido anti horário, saindo de São Paulo, subindo para Brasília, depois Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Manaus (seis dias navegando o Rio Amazonas e depois descendo a BR-319), Cuiabá, Porto Alegre e Curitiba.
Vimos muitas Arenas ainda em construção, muita obra que até hoje não foi entregue, e nos tornamos os únicos turistas a visitar os 12 Elefantes Brancos erguidos/reformados para a Copa do Mundo.
Política a parte, focamos no turismo que estas 12 cidades "sede da copa" oferecem aos turistas, com ou sem um evento deste porte.
Em parceria pela 2ª vez consecutiva com o Salão Duas Rodas, nossa trip pelo Brasil terminou com a nossa moto mais suja do que nunca, em exposição no Anhembi, onde mais uma vez tivemos o prazer de receber o abraço dos amigos e escutar incríveis relatos de viajantes de moto.
ENTRE VALES E SERRAS NO SERTÃO
Cidade: Teresina/PI | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 31/8/2013
Nossa saída de Fortaleza demorou mais tempo que o previsto por conta do trânsito gerado pela manifestação da CUT se bem via as bandeiras, e pela demora em chegar em uma agência dos Correios despachar 4,5kg de bagagem que não estavam mais sendo usadas.
Isso nos colocou na estrada rumo à Teresina/PI ao meio dia, sob um Sol forte e bafo quente.
Seguimos pela BR-222 que passa por dentro de Caucaia e segue em uma estradinha vicinal quase que rural, estreita com todo o tipo de veículo transitando, menos jegue que foi substituído por motinhas de 50cc... aliás, tirando pouquíssimos motociclistas, apenas eu e a Elda usávamos capacete... botas então, naquele momento acho que éramos os únicos no estado do Ceará.
Isso é preocupante, principalmente em Fortaleza onde existe muita moto nas ruas, inclusive com a atividade de moto táxi regulamentada... depois falarei sobre isso, inclusive entrevistamos um moto taxista muito gente boa.
Voltando para estrada, a BR-222 está perfeita, um verdadeiro tapete apesar de cerca de 15 km (não contínuos) de grandes buracos entre as cidades de São Luís do Curu e Umirim... ali a coisa tá feia e não dá para entender o "por que" do nada, o asfalto liso e perfeito se torna trecho que visivelmente não foi tocado.
O fato é que não tem outro jeito a não ser reduzir e passar com calma por buracos com areia e pedra, o que tornam a “travessia” mais complicada com garupa e bagagem.
Passado esse momento "mala", a BR-222 volta a ser tapete e a paisagem que já apresentava montanhas rochosas, vai mudando cada vez mais e o que antes eram campos, tornam-se vales incrivelmente lindos e surpreendentes. Nunca poderia imaginar que no sertão haveria uma mini Cordilheira com imponentes pedras brotadas do chão.
O lugar me remeteu à Bolívia onde passamos em 2011... as montanhas de pedras, a vegetação seca e marrom... a terra e a pobreza na beira da estrada, com construções simples e um povo perambulando com animais, galões de água e olhares vazios me pareceu extremamente familiar.
Isso tudo trouxe silêncio dentro do meu capacete, apesar do vento lateral que vez outra nos varria.
Entre Forquilha, onde abastecemos, e Sobral, ficamos parados cerca de 30 minutos esperando a rodovia ser aberta, pois neste trecho de 11 km a pista está parcialmente fechada para recapeamento de mais ou menos uns 40 cm de nova estrutura entre areia, pedra e asfalto... vai ficar uma beleza igual o restante da estrada, mas por hora causa transtorno e espera.
Porém, cerca de 70 km depois a grande recompensa do dia... a Serra de Ibiapaba de Tianguá, linda, no meio do nada, forrada de coqueiros subindo e formando um vale no fim da tarde, era o cenário perfeito para marcar esse dia de viagem.
Pena eu ter notado o cartão cheio da filmadora quase no fim da serra, mas ainda garanti o seu finalzinho e a passagem por Tianguá repleta de buracos e estruturas de viadutos que pela qualidade do asfalto no entorno, e a sujeira acumulada, foi deixada de lado há muito tempo.
A partir dai a trade cedeu, a noite chegou e a preocupação com animais na pista aumentou.
São muitos porcos, jegues e cabras na beira da estrada, porém poucos corpos... sinal que os bichos estão espertos, muito mais que os Guanacos na Patagônia... esses camelídeos são completamente idiotas e morrem presos nas cercas que dividem a estrada dos campos... mortos por atropelamento então... dezenas.
Aqui não vi nenhum porco esmagado, mas mesmo assim redobrei a atenção proporcionalmente a mão que ficou mais leve.
Entramos no Piauí no começo da noite pela BR-343, tão perfeita quanto a BR-222 e com uma vantagem, sem buracos ou obras.
Abastecemos pela última vez em Campo Maior e em 80 km já estávamos instalados depois de 8h de viagem, onde percorremos cerca de 620 km lindos e tranquilos.
Vamos ficar um dia em Teresina por conta de compromissos com o Diário de Motocicleta e seguiremos amanhã rumo a Belém.
Curtam as fotos e aguardem os vídeos!