Entenda o Proj. Antes do Fim do Mundo... e um pouquinho além.

Você ceramente se lembra que o mundo ia acabar em 2012 por conta do Fim do Calendário Maia, certo? Então, qual era a melhor época para ir até o Fim do Mundo?
Com essa sacada, eu e a Elda partimos rumo ao Ushuaia em meados de Dezembro de 2012, carregados de ansiedade em cruzar a Patgônia e ver o Pôr do Sol no dia 22 de Dezembro - Dia do Fim do Mundo, en directo del Fin del Mundo.
Acontece que na altura de Floripa a Elda adoeceu, o que nos fez voltar para casa para deixa-la
No dia seguinte voltei para estrada afim de cumprir os contratos feitos com nossos parcerios.
Foi a primeria vez que viajei sozinho, e a loucura veio com a ausência da Elda, que durante oito meses planejou cada passo daquela aventura e agora, não estava mais comigo.
Os Ventos Patagônicos e o Rípio foram vencidos, vi pinguins, neve, viajei com a luz do Sol até as 23h, e não vi o Pôr do Sol no dia 22, por que estava chovendo, mas eu estava lá... no fim da RUTA 3 - eu desci por ela, e subi a RUTA 40, curtindo cerca de 850 km de rípio.
Apesar da companhia de muitos amigos, chorei sozinho por passar as festas de Fim de Ano longe da minha filha, por não estar com a Elda no dia do seu aniversário, e por vezes, atônito diante das tantas coisas que descobrimos sobre nós mesmo, quando estamos no mundo sem ninguém.
620 KM PELO URUGUAI
Cidade: Buenos Aires/AR | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 8/12/2012

Hoje minha briga foi com o relógio.
Quando meu celular tocou... desliguei crente que eram 7h da manhã, mas me esqueci que hoje era sábado e que o danado toca às 8h.
Arrumei as malas tranquilamente, tomei um banho e só quando fui conferir as horas para descer até o café da manhã, me dei conta que já estava uma hora atrasado.
Acelerei o passo, pois antes da Aduana, precisava passar na casa de câmbio – DICA IMPORTANTE – se você for ao Chuí para seguir viagem para o Uruguai ou mesmo Argentina, faça o câmbio lá... é muito mais rentável, principalmente na compra de Pesos Uruguaios e/ou Argentinos.
“Cambiada la grana” segui para a fronteira, fazer “Migración y Aduana”. O jogo foi rápido, em cerca de 10 minutos fui atendido, preenchi o formulário do “Permiso”, conferiram meus documentos e me liberaram. Sem enrolação ou dor de cabeça.
O segredo de aduanas é não ter pressa, ser simpático e conversador que a fiscalização flui e você parte rápido... e eu parti!
Estava com o tanque cheio, mas se o amigo cometer a besteira de ir com o tanque na metade ou mais vazio, há um primeiro posto cerca de 25 km da Aduana, depois deste, só após 100 km.
Segui em velocidade de cruzeiro e sinceramente não sei de onde tirei a ideia que no Uruguai era um hora a menos... por conta disso segui até a Lagoa Negra e depois dei uma volta no Forte Santa Tereza... não deu para visitar por dentro, pois só abria ao meio dia, foi ai que eu me informei com o oficial na guarita do Forte e vi que era o mesmo horário de verão do Brasil.
A essa altura eu já estava uma hora fora do tempo e segui para Punta Del Este sem entortar muito o cabo - gastei muito ontem rodando na média dos 150 km/h.
Acessei a primeira entrada para Punta e recomento aos amigos o caminho... é uma estradinha em meio a condomínios de luxo com um asfalto que de olhar dá arrepio tamanha a quantidade de remendo... mas os caras trabalharam direito, e não se sente solavancos ao longo do trajeto, que é cercado de árvores.
Por este caminho você vai sair na parte mais rica de Punta del Este – se é que existe parte menos rica – e depois de cruzar um centrinho e uma orla repleta de casas lindas que te farão sentir-se pobre, você poderá curtir as “ondas” da Ponte da Barra de Leonel Viera, mais conhecida como a ponte ondulada, que está sobre o “Arroyo de Maldonado”, antes de sua desembocadura no Oceano Atlântico. É única pela sua forma e estilo e foi construída em 1965... mas não acelere muito, pois é fácil decolar da ponte.
Dali fui até a Mão do Afogado, obra do mesmo artista plástico que construiu a Mão do Deserto – Mario Irarrázabal – e que segundo dizem, as duas mãos estão alinhadas e dão um abraço no Cone Sul.
Presença registrada... já estava super atrasado para chegar até Montevidéu, e para ajudar entrei na pista Interbalneária sem abastecer. No 20º km minha segunda fase de reserva abriu e o coração veio na boca.
Tive que sair da pista e entrar em cidadezinhas para abastecer. Se você cometer essa mesma burrada, saiba que no KM 63 tem um posto, depois no 53 e 51... daí pra frente abre porteira e chove posto... mas muito mais do outro lado da pista.
Cheguei à Montevidéu por volta das 17h30 e encontrei uma cidade vazia e fechada.
No planejamento, estaria no segundo dia de turismo, mas a volta para casa e a retomada da viagem deixaram o roteiro previamente planejado fora dos eixos... e tentei uma última cartada para arrumar as coisas... segui para Colonia del Sacramento afim de pegar o Buquebus rumo à Buenos Aires.
Foram mais 167 km de muito vento lateral e frontal que me fizeram chegar em Colônia por volta das 19h30.
Segui para o terminal e fui atrás de informações acerca de Aduana e Migración na Argentina... depois de muita besteira dita, deduzi que a burocracia argentina só mesmo do outro lado do Rio da Prata.
Comprei a passagem para mim e para a moto. Custo: 2.150 Pesos Uruguaios – cerca de R$225,00.
Quando a aduana abriu, corri para entregar o “Permiso”, pois queria ir jantar e cambiar o que sobrou de Pesos, mas quando estava saindo da Migración, uma policial disse que eu não poderia mais sair e que tinha que subir para o andar de cima.
Por sorte havia uma lanchonete, mas mesmo assim fiquei cerca de 1h30 esperando a autorização para descer e pegar a moto.
A travessia demorou uma hora e agora sim, na Argentina uma hora a menos que no Uruguai, ou trocando em miúdos, horário de Brasília sem o horário de Verão.
Ao sair do Buquebus, uma fila se forma para que fiscais da Aduana revistem aleatoriamente alguns carros... quando chegou minha vez, disse que precisava de migração e aduana. O oficial muito simpático solicitou minha Carta Verde, RG e Documento da moto, conferiru e me entregou desejando boa estada.
Disse-lhe que atravessaria o país de ponta a ponta e se não havia necessidade do "Permiso", ao que respondeu que estou em casa por conta do "Mercosul" - assim sendo não preciso de papel algum... aleguei que em Paso de Jama ano passado haviam me dado uma autorização e mais uma vez ele disse que eu estava no Mercosul... vamos ver o que vai dar essa simpatia quando me pararem na estrada.
Amanhã começa o City Tour por Buenos Aires.