DEITANDO NA PANAMERICANA SUR

15º dia de viagem
Cidade: Nazca/PE | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 15/8/2015
Diário de Motocicleta

Depois de ficar um dia trabalhando em artigos e edições de novos vídeos, hoje acordei ansioso, e por mais que o processo de arrumar a bagagem consuma tempo, não via a hora de pegar estrada.
A Panamericana Sur me esperava para um reencontro depois de longos quatro anos, dos quais busquei suas curvas por outros caminhos... mesmo sabendo que nada se compara a ela.

Mas nossa saída foi agradavelmente retardada por longos papos com a D. Edi e seu filho David, proprietários do Hotel em que nos hospedamos em Aplao.

Encantados com a nossa aventura e “coragem” em viajar de moto, ficamos divididos entre montar a moto, tirar fotos, conversar e prometer voltar em breve.
Fomos muitíssimos bem tratados, quase que como em casa de vó, cheios de mimos e carinhos.

D. Edi, uma senhorinha muito simpática e conversadeira, nos fez um jantar suculento, sanduíches entre outros agrados... não tínhamos como simplesmente subir na moto e partir.

Mas a Panamericana Sur me chamava, e antes de alcançá-la, tive o prazer de subir o Vale de Majes novamente, desta vez com a pista praticamente vazia, deitando a moto em curvas sequenciais que até deixou a Elda com um pouco de enjôo e com frio na barriga pela passagens rentes a desfiladeiros de metros e metros de profundidade.
No Peru guard-rail é opcional na construção de rodovias... deixa a brincadeira mais excitante, mas é preciso mais responsabilidade no conduzir da motoca... neste joguinho de vídeo game só temos uma vida.

Sangue quente, Panamericana Sur à direita, poucos km depois e ainda na reta uma cerração cobriu o céu azul e despencou a temperatura de 21˚C para 10˚C em poucos minutos.

Sentimos a mudança climática, mas não necessariamente frio, uma por que estávamos quase que suando e o alívio foi imediato, outra por que a roupa e a segunda pele da TEXX cumprem o que prometem.
Propaganda à parte, estou muito satisfeito com esse equipamento, a calça e a jaqueta de cordura resistem muito bem ao frio, a ponto de não estar usando o forro térmico da calça e já ter enfrentado temperaturas próximo a 0˚C de boa.

Voltando para estrada... logo as curvas da Panamericana Sur começaram a nos jogar de um lado para o outro, numa repetição de placas de "Estrada Sinuosa" com curvas cotovelo sem parar.

Com o asfalto perfeito em grande parte do trajeto rumo à Nazca, bastava entrar com o motor cheio, na maioria das vezes em 4ª ou 5ª marcha, pezão no freio traseiro e a curva saia perfeita.

É uma sensação que eu gostaria que todo amigo que lesse esse artigo conseguisse sentir, por isso essa trip acompanha um vídeo, para que se possa ao menos ter uma ideia do que é motocar por essas bandas.
A mudança do tipo de rochas, as paredes de pedras que horas atingem 2 mil metro de altura e desfiladeiros que beiram a estrada e acabam no Oceano Pacífico... são tipo de coisas que devemos agradecer a Deus por tudo isso fazer parte do nosso quintal.


Mesmo com o tempo nublado e com cerração ora forte com visibilidade de 5 m, ora garoa fina, ora garoa grossa, o prazer de viajar pela Panamericana Sur é único.

O tempo passa e os km não, mas depois de Puerto Atico é possível entortar o cabo e fazer a viagem render na casa dos 130 km/h, embora a velocidade permitida seja de 90 km/h.

Até Chala a estrada fica mais reta, as curvas mais abertas e a visibilidade para ultrapassagens mais seguras.

De Chala até Tanaca, o asfalto está igual ao que eu narrei em 2011, completamente rachado com muitas partes enrugadas por conta do peso dos caminhões e, com tantas curvas fechadas que jogam a velocidade média na casa dos 30 a 40 km/h.
Pensei que este trecho já estaria arrumado, mas só aumentou as imperfeições e retardou mais a nossa chegada à Nazca.

Por volta das 18h saímos da massa de neblina que nos acompanhou por mais de 450 km e no finzinho pudemos curtir um pouco de céu amarelo do entardecer... uma pena termos chegado tarde para o pôr-do-sol, era a cereja que faltava para este dia.

No total rodamos 520 km em 7h30, já contando o tempo de dois abastecimentos e uma parada para esticar as pernas e tomar uma Inca Kola com batata chips.

Amanhã voltamos para Panamericana Sur rumo à Lima.

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