150 KM DE TERRA RUMO À SERRA DO RIO DO RASTRO

9º dia de viagem
Cidade: Bom Jardim da Serra/SC | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 19/6/2014
Diário de Motocicleta

Com um dia de “folga” entre a palestra na DUCATI POA e na de Floripa, os planos era motocar a Serra do Rio do Rastro e fazer algumas imagens que não foram possíveis no último Carnaval quando estive guiando amigos por estas bandas... choveu muito e fotos e filmagens ficaram bem limitadas.

Com um dia de céu aberto, o roteiro escolhido foi pela RS-020, pelo alto da serra, caminho que ainda não conhecia.

O começo, pela cidade de Cachoeirinha é bem complicado por conta do trânsito da cidade e uma obra que toma meia pista da rodovia, causando muito congestionamento, mas depois disso, o traçado é pura adrenalina, com vários trechos em que as árvores formam túneis estonteantes.

Depois de suas curvas incríveis, facilmente cortadas com a Multistrada que adere ao asfalto, posso dizer que tive a honra de motocar por esta fenomenal estrada que apresenta três diferentes aspectos.

O primeiro como foi dito, repleta de curvas com a vegetação bem colada na pista, fechando túneis de árvores em meio a curvas fechadas. A atenção deve ser redobrada principalmente nos primeiros 50 km partindo de Cachoeirinha onde as curvas possuem pontos cegos e não é possível ver seu fim.

No 82 KM vi motociclistas acenando no acostamento e parei para ajudar. Um carro fazendo a curva fechada escapou da faixa amarela e bateu na lateral de duas motos... uma conseguiu seguir, enquanto a outra foi para o chão.

Salvo danos materiais, o piloto reclamava de dores nas costelas na sem sinal de fratura... o carro causador do acidente seguiu viagem sem prestar socorro. Revoltante.

Depois desta parte, vêm o trecho do alto da serra... a floresta dá lugar às pastagens e colinas que fazem a estrada subir e descer. Não é tão bonita, mas é incrivelmente deliciosa.

Chegando em Cambará do Sul a surpresa que o Google Maps não diz, o asfalto acaba.

Em um Ponto de Informações ao Turista me disseram que seriam 40 km... já o frentista do posto, motociclista dono de uma Falcon 400 disse que seriam mais de 160 km... uma grande discrepância entre as informações, mas que da mesma forma, não me tiravam a vontade de testar a DUCATI Multistrada 1200 S na terra.

E lá fui eu por uma estrada de cascalho difícil, com pedra soltas que faziam a moto sambar para todo lado.

Com o Moto Enduro Ativado, fui avançando cada km sem olhar no painel... nestas horas, ficar vendo os poucos kms conquistados é desesperador.

Sei que após 1h10 havia avançado apenas 35 km e, pelo mapa que peguei em outro ponto de informação turístico, haveria pelo menos uns 115 km a desbravar.
E a tarde foi passando, e com ela a cidade de São José dos Ausentes, Silvania e Várzea.

Estradinhas que não constam no mapa e que possibilitavam motocar de 30 a 60 km/h.
Via a cada minuto a possibilidade de curtir a Serra do Rio do Rastro e seguir para Urubici cada vez mais remota, então relaxei com mais paradas para fotos.
Encontrei um casal de Blumenau, Luís e Natasha no meio do nada fazendo fotos nas placas que seriam animadoras se estivéssemos no asfalto – Bom Jardim da Serra 57 km.

Batemos um papo, fizemos fotos e nos despedimos.

Foi o trecho mais difícil... o cansaço somava-se ao frio que começou a bater e chegou aos 3°C às 16h30. Para ajudar me perdi em várias bifurcações sem sinalização – só malucos passam por ali – e quando finalmente cheguei ao asfalto, o pneu traseiro furou.

Foi desanimador constatar enquanto tirava uma foto de volta à pista, que o pneu esvaziava lentamente.

Deste ponto foram 5 km até Bom Jardim da Serra, onde sai de frente em uma pousada e já me abriguei do frio congelante.

Amanhã arrumo esse furo, corro a Serra do Rio do Rastro e sigo para palestra em Floripa com mais dois Troféus Perrengue do Dia na bagagem... tá ficando pesado (rs).

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