DE VOLTA AO BRASIL...
Cidade: Pelotas/RS | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 18/6/2014
Os planos para o dia de hoje eram simples... levantar bem cedo, arrumar as malas, tomar um bom café da manhã, fazer check-out e correr para o Buquebus afim de atravessar para o Uruguai no primeiro barco da manhã – saída às 8h15 com passagens nas mãos, comprada um dia antes.
Como na prática a teoria é outra, demorei em arrumar a bagunça do quarto, e quando finalmente fiz check-out, tive medo do congestionamento de Buenos Aires e cancelei o café da manhã... na estrada comeria alguma coisa.
Acho que essa foi a minha sorte, por que reservavam para mim o 3º Troféu Perrengue do Dia, assim, em jejum mesmo.
Cheguei relativamente rápido ao Buquebus que deve ficar a uns 4 km do hotel em que me hospedei. Deixei a moto na área de embarque e fui fazer check-in da passagem, foi quando o atendente simpaticamente me disse que a passagem estava vencida.
Mas como assim... comprei ela ontem para data de hoje!!!
Ele me enviou a outro guichê e a nova atendente consultou e realmente, me venderam uma passagem com data de ontem às 18h30 e a solução era comprar outra. Além de me custar US$ 150 doletas, eles não aceitam Reais e a casa de câmbio só abriria depois da partida do barco, sendo que o próximo somente ao meio dia... com 800 km até Pelotas no Rio Grande do Sul... desembarcar em Colônia Del Sacramento às 13h me colocaria na estrada até aproximadamente, 2h da manhã.
Comecei a ouvir os aplausos pelo maior prêmio Perrengue do Dia... juro, depois dessa eu ia exigir um busto meu no meio do salão do Terminal de Embarque.
A atendente viu que foi um erro de comunicação e confesso que quando peguei as passagens (minha e da moto) vi 16/JUN – 18h30, mas pensei que era a hora de emissão... não de embarque.
Simpaticamente ela chamou o supervisor que quebrou meu galho e autorizou meu embarque, mas por que não estavam lotados.
UFA! Fala sério, se eu chegasse como previsto uns 10 minutos antes, estaria na Argentina até agora.
Acho que nunca deixei o país com tanta alegria... mas é certo que voltarei mais vezes, pois é um lugar maravilhoso, rico culturalmente e onde somos (brasileiros) muito bem tratados, principalmente os malucos que viajam de moto.
Finalmente em terras uruguaias, agora a viagem começava por terra, então entortei o cabo (que minha mãe não leia isso – nem a Policia Caminera – nem os nossos patrocinadores)... acho que vou deletar esse parágrafo... enfim... motoquei rumo a Montevidéu de olho nos radares móveis. A Polícia Rodoviária usa umas vans brancas com uma faixa amarela bem fininha... não dá pra saber se é ou não uma viatura, e de repente... bingo! um oficial está te apontando uma pistolinha com radar que pega longe... então muito cuidado, pois o limite de velocidade alterna de 60 a 110 km/h... por conta disso, e uma dose de maturidade, confesso, tive que recusar um racha com um motociclista numa Ninja “véia”... veio do nada me fazendo pressão, acelerando no meu retrovisor em meio ao trânsito... com baús instalados, consegui me desvencilhar, engatei a 5ª, a 6ª e quando vi o cabra estava a uns 150 m de distância... ô sensação maravilhosa que essa Multistrada proporciona.
O cara deve ter ficado louco, principalmente quando reduzi e dei passagem... ele rasgou o giro, e sumiu... eheheheheheh!
Voltando ao moto turismo que é mais útil e produtivo, dei uma passadinha pela Mão do Afogado na Paria Brava em Punta Del Este, que por conta do frio e vento, estava deserta... fiz umas fotos e abortei os planos de voar com o drone... o bichinho não ia sobreviver às rajadas de vento.
Depois de congelar, segui viagem com parada novamente na Fortaleza de Santa Tereza... passei quando ia para Montevidéu e não voei por conta dos ventos, mas desta vez estavam mais amenos e foi possível fazer imagens aéreas – depois da viagem concluída publico estes vídeos ok.
Na sequência, meu Brasil varonil... entrei pelo Chuí, fazendo a baixa na migração uruguaia e motoquei os últimos 260 km até voltar à Pelotas.
Nosso próximo passo será palestra na DUCATI Porto Alegre... até mais.