CRUZANDO O RIO DA PRATA RUMO À BUENOS AIRES
Cidade: Buenos Aires/AR | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 15/6/2014
Quando o despertador tocou hoje às 6h da manhã, pensei que havia fuso horário no Uruguai... o céu estava negro e não havia nenhum sinal que estava amanhecendo.
Conferi o relógio do computador e às 7h liguei na recepção para confirmar as horas... estava tudo certo.
Como nunca desci o Cone Sul próximo do inverno, não tinha o costume de ver o Sol nascer tão tarde... da última vez, na viagem ao Ushuaia, desci no verão e curti o dia até às 10h30 da noite (rs).
Passado o susto e confusão, arrumei os baús, busquei a moto no estacionamento, tomei café e parti com uma folga de duas horas até Colônia Del Sacramento, distante 180 km pela Ruta 1.
Peguei o Sol nascendo às 8h na estrada vazia e gelada... o marcador da moto indicou “ICE” quando atingiu 4°C... depois desceu para 3°C e só melhorou quando parei a moto para fotografar... ter marcador de temperatura no painel é muito chique... você passa a ter motivos para congelar, pois a suposição não é tão fria como a certeza.
Só não congelei por que estou usando calça, jaqueta e luvas DUCATI que dispensam segunda pele. Como são feitas de Gore-TEX, resistem muito mais ao frio e a chuva... e quanto as luvas, ponto mais sensível ao clima, a Multistrada 1200 S dá uma forcinha com protetor de manopla que corta o vento, e manoplas com três níveis de aquecimento... aliás... é tão quentinho que dá vontade de deitar em cima do guidão (rs).
Mas vamos voltar para estrada antes que vocês achem que eu estou só me exibindo (rs).
A Ruta 1 é fantástica em matéria de asfalto, possui pedágios, mas motos não pagam, e ao contrário dos pedágios antes de Montevidéu, não precisa passar pelas cabines, pois existe passagem lateral.
A velocidade máxima é 110 km/h e mesmo no frio existem viaturas com radar móveis, então é preciso atenção antes de acelerar, mesmo quando a pista fica exclusiva... acho que devo ter cruzado uns 10 veículos no trecho inteiro.
Uma vez em Colônia Del Sacramento, era chegada a hora da travessia de Buquebus, o barco que cruza o Rio da Prata rumo à Buenos Aires. O processo é muito simples e rápido.
Primeiro, compra-se a passagem do piloto e da moto, e faz o check-in no balcão de embarque.
Depois, leva a moto até a área de embarque e volta para o prédio da Aduana para dar baixa na migração do Uruguai, que carimba a sua passagem, valendo já como “Permiso” na Argentina.
Um amigo recentemente me escreveu que saiu do Uruguai sem dar baixa na Migração... aqui em Colônia Del Sacramento não tem jeito... mas pelo Chuí sim. Acontece que agora ele está irregular, precisa voltar para fronteira e pagar uma multa de R$10,00... é pouco, mas é só na fronteira que ele quita essa situação.
Então faça a coisa certa... passe sempre na migração ao entrar e sair dos países, lembrando que o nosso veículo brasileiro, é um veículo nacional nos países do Mercosul.
Feito a baixa... o próximo passo é embarcar a moto, conferir se ela está bem presa com as fitas (a tripulação a bordo cuida disso com muito cuidado e profissionalismo) e curtir a viagem de pouco mais de 40 min – se o tempo estiver bom.
No meio do caminho o Free Shop é aberto para compras... uma boa dica é esconder o cartão de crédito da patroa.
Do lado da Argentina... os fiscais solicitam Carta Verde... se a moto não estiver no seu nome, pedem para ver a autorização... dão dois tapinhas nas costas e lhe desejam boa estadia no país Hermano.
Depois de 180 km estava fazendo check-in no hotel e por volta das 13h já estava na rua rumo à primeira parte do City Tour em Buenos Aires.