CHUVAS E CURVAS ATÉ SALVADOR
Cidade: Salvador/BA | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 18/8/2013
Depois de um dia de descanso em Arraial D´ajuda, onde pretendíamos até curtir uma praia, acabamos ficando na Pousada vendo pela janela a chuva que não parava.
Foi até bom, pois precisava trabalhar no Site do Diário e consegui colocar muita coisa em ordem.
No dia seguinte, estávamos com as energias repostas para seguir até Salvador, a quarta Cidade-Sede a ser visitada em nosso projeto Rodando as Cidades da Copa.
O caminho, velho conhecido, já havia sido percorrido em 2010 quando descemos de Salvador até Ilhéus e depois Trancoso, seria feito agora em uma única perna e para lembrar o trajeto, pela primeira vez consultei os relatos do Diário de Motocicleta para relembrar por onde iríamosmotocar... e não é que as informações foram úteis! (rs)
Por conta das chuvas em Arraial não consegui arrumar o farol que nos deixou na mão, então os planos eram sair cedinho para viajar com a luz do Sol até Salvador.
Levantamos cedo, mas só colocamos a roda na estrada por volta das 9h15 e poucos km de cabo entortado a chuva começou.
Lamentei muito, pois os relatos de 2010 davam conta de uma estrada perfeita no asfalto com muito verde, montanhas rochosas e curvas com poucos caminhões.
Era o cenário perfeito para desenvolver uma boa velocidade e chegar cedo... nossos planos era chegar na Pousada da Mangueira do nosso amigo Jorge por volta das 17h... mas na pratica a teoria é outra.
A chuva durou aproximadamente 280 km, com raríssimos momentos de trégua e indignados trechos de asfalto seco, mas bastava comemorarmos e a cortina de chuva retornava e fechava o tempo novamente.
O asfalto lisinho de três anos atrás, onde estavam recapeando a pista, já não é tão tapete assim e muitos buracos surgiram com o descascar desse recapeamento. Crateras de 5 a 15cm de profundidade exigiram muita atenção e distância dos carros e caminhões que escondiam muitos deles e do nada um buracão aparecia cobrando um rápido desvio.
Tive sucesso na maior parte das tentativas.
A chuva foi tanta que para se ter uma ideia, esses 280 km debaixo d'água nos consumiu cerca de 4h – média de 70 km/h. A notícia boa foi o farol que voltou a funcionar, caracterizando mal contato que será resolvido em Salvador.
Passando cerca de 40 km de Itabuna, saímos da BR-101 e pegamos a BA-262 que liga Uruçuca até Ilhéus. Essa estradinha é mais longa que a BR-415 que liga a Itabuna à Ilhéus direto, mas suas curvas são deliciosas e não tem trânsito algum e quando chegamos ao litoral, não é preciso cortar a cidade de Jorge Amado, basta sair à esquerda rumo a Itacaré em uma pista de babar no capacete.
Ela é mais um trecho da BA-001 que não aparece no Google Maps, e não é de hoje. Em 2010 nosso trajeto seria muito maior quando descemos para Ilhéus se não ficássemos sabendo que entre Camamu e Itacaré a balsa foi substituída por uma ponte e uma belíssima estrada foi aberta em meio a uma Reserva Biológica.
Passando o trevo para Itacaré, basta seguir as placas para Salvador via Ferry-Boat e curtir a incrível Serra da Onça, uma estrada tapete, sem acostamento no meio da Reserva que se estende por incríveis 35 km mágicos.
Garanto aos amigos que é muito melhor que seguir pela BR-101 e os 100 km a mais no percurso são compensados a cada metro da estrada.
O único “senão” é a quantidade de lombadas que hoje existem nas várias cidadezinhas por onde a BA-001 vai passando depois de Camamu. Só mesmo depois de Valença que é possível entortar o cabo até Bom Despacho, onde pegamos o Ferry-Boat para Salvador.
Ao todo rodamos 664 km em 10h, por conta das chuvas e das curvas do caminho escolhido, mas valeu muito a pena.
Agora bora rodar Salvador e rever bons e velhos amigos que deixamos aqui.