GLACIAL PERITO MORENO
Postado em: 24/12/2012
Comecei o dia buscando informações e vaga em alguma excursão para Torres del Paine, um conjunto majestoso de montanhas no Chile. Mas, como amanhã é Natal, uma das duas empresas que fazem este passeio não irá operar e a outra está lotada até dia 31 de Dezembro.
Pensei que por El Calafate fosse possível entrar no Chile e chegar ao Parque das Torres, mas não tem caminho, e é preciso dar uma volta de 400 km. Isso soma ao dia mais de 800 km com certeza, e já estamos racionando combustível.
Se houvesse vaga na excursão, o custo seria de aproximadamente uns R$ 352,00 que eu pagaria "chorado"... mas, fica como um ótimo pretexto para voltar para Patagônia.
Programa aqui em El Calafate é o que não falta, e parti logo para o principal, o Glacial Perito Moreno.
Acerca de 50 km do centro da cidade você se depara com a entrada do Parque Nacional Los Glaciares que abriga sete geleiras incríveis, sendo que a mais ativa, e mais acessível e famosa, é Perito Moreno que desce dos Andes e se estende por 5 km de largura e 60 metros de altura.
A geleira avança cerca de 2 a 5 metros por dia, mas as águas do Lago Argentino impedem este avanço, e com certa frequência a geleira se quebra.
Com certeza ela vai te deixar de queixo caído, pincipalmente se optar pelo passeio de barco que vale muito a pena e chega aproximadamente a uns 300 m de distância das paredes de gelo, garantindo fotos exuberantes, dignas de cartões postais.
O roteiro dentro do Parque
Ao entrar no Parque ($ 70,00 Pesos) você vai ganhar de brinde 30 km de uma estradinha sinuosa, com curvas que não lhe permitirão ultrapassar os 40 km/h, mas que em nada lhe tirará o prazer de pilotar, com os picos nevados te observando e com vista de Perito Moreno em algumas ocasiões.
Após uns 20 km você chegará ao porto de onde saem os barcos para o Glacial às 9h30, 12h30 e 14h30. Se possível, opte pelo ultimo horário ($90,00 Pesos), pois a quantidade de turistas é bem menor – mas não espere um barco vazio.
O passeio por águas leitosas (chama-se “Leite Glacial”, por conta dos sedimentos que a geleira arranca das rochas abaixo dela e deixa a água esverdeada com tom leitoso) leva cerca de 1h30 e se você tiver a sorte que eu tive, poderá testemunhar uma ruptura do gelo. Primeiro se escuta um estrondo como se fosse uma detonação de dinamite e depois a parede de gelo começa a afundar bem na sua frente.
É aterrorizante ver uma onda de tsunami vindo para cima do barco. Com certeza uma imagem para ficar na memória para sempre.
Confira a sequência de 10 fotos do exato momento da queda acessando o link do Flickr abaixo das fotos.
Quando você recuperar o fôlego, já estará de volta ao porto e agora será a hora de seguir mais uns 7 km até o mirante.
Antes de chegar ao mirante, haverá um estacionamento em que é obrigatório deixar o carro ou a moto e seguir de Van que sai a cada 10 minutos, mas depois das 15h a guarita se fecha e você poderá seguir até o ponto mais alto. Ali haverá uma grande lanchonete – com preços astronômicos – e uma lojinha de “regalos”.
Começam também as passarelas que te levarão para todos os lados em frente ao Glacial. São trajetos (escadas) dos mais diversos graus de dificuldade que poderão consumir até 1h30 entre ida e volta.
Eu desci até o segundo balcão e suei muito para subir, espero que você tenha mais disposição. Se bem que depois do passeio do barco, andar nas passarelas é apenas cumprir tabela e ver outros ângulos da geleira que se estende a sua frente e some nas Cordilheiras.
Não deixe de ver!
Voltei para o Hotel por volta das 18h – o parque fica aberto até as 20h – e já não tinha mais espaço para fotos nos cartões de memória.
À noite, o dono do Hotel – Juan Carlos – preparou uma ceia de Natal e convidou todos os hóspedes. Foi uma mesa internacional com uma família de Argentinos (vizinhos do hotel) uma família da Espanha, outra da Itália – conversei muito com o Marco que é apaixonado por motos e já teve uma BMW e agora tem uma Kawazaki. Depois ainda chegou um casal da França e a noite se estendeu com um delicioso cordeiro e guanaco, parente das Lhamas, vinho e champagne.
Foram momentos muito agradáveis que encurtaram a distância que me separa, fisicamente, daqueles que amo no Brasil.
Feliz Natal a todos os apaixonados por Moto Turismo e que fazem do Diário de Motocicleta a razão de existir.
Bora motocar!