A INCRÍVEL TRIBO DOS YÁMANAS
Postado em: 20/12/2012
O dia começou chuvoso e bastante carregado. Aqui no fim do mundo as nuvens passam bem baixo, quase que nos dando a impressão que é possível alcançá-las.
Eu as queria bem longe daqui, mas o tempo tem ficado assim a 30 dias, e não se tem previsão de melhora... mas chegar até o "Fin del Mundo" e se abater por conta de uma chuvinha gelaaaaaaada é para os fracos, então bora bater perna.
O Hotel em que estou hospedado fica uns 6 km do centro e não tem internet, ideal para vir com a esposa, noiva ou namorada (ai, saudade)... mas quem tem amigo não morre pagão e o Eduardo, amigo em comum do bom Otávio Gugu veio me buscar no hotel, mesmo este oferecendo “Transfer” para a cidade.
Fomos direto para o Café Tanta Sara que possui Wi Fi e aproveitei para colocar a correspondência em dia, publicar o artigo do dia anterior e subir fotos.
Feito o dever de casa, era hora de conhecer um pouco o Ushuaia.
Aqui há inúmeras atrações e pontos turísticos que valem muito a pena conhecer, e foi num destes que fui, o Museu Yámana que conta a história dos primeiros habitantes da "Tierra del Fuego".
O Museu é pequeno, mas conta com ilustrações e explicações impressionantes sobre a tribo Yámana que habitava a região e o modo precário como viviam e sobreviviam no extremo frio, além de uma sala que explica os milhões de anos que estas terras foram cobertas por geleiras.
Construíam uma espécie de oca chamada "Choza" em cerca de 2 horas e viviam nela não mais que duas semanas, já que o alimento escasso sempre os forçava a sair para encontrar um lugar melhor.
Mantinham a "Choza" montada e ela podia ser novamente habitada pela família ou por outras que ali passavam.
As fotos que foram feitas em meados de 1860, quando os primeiros pesquisadores chegaram por estas bandas, impressiona pelo fato de mesmo com o frio severo, eles viviam pelados e apenas usavam uma manta de pele que era usada para se cobrir a noite quando dormiam no chão.
Há também um filme original da época em que os Yámanas constroem suas casas, pescam e caçam.
Outra habilidade incomum era a construção de canoas, que significava a sobrevivência da família, mas que por ser feita de couro, tinha uma vida útil de no máximo um ano.
Um passeio que vale a pena e custa $35 Pesos.
O Museu Yámana fica na Calle Rivadavia, 56 e funciona de segunda a domingo, das 10h às 20h.
Depois fui para o Museu do Fim do Mundo, mas sinceramente não vale a pena. Há uma amostra de ciência natural – animais da região empalhados – e uma breve descrição dos primeiros exploradores, mas não vale os $50 Pesos.
O Museu do Fim do Mundo fica na Av. Maipu, 173.
Voltei para o hotel de taxi por que perdi meu “Transfer” e a noite o Eduardo foi me buscar para me levar até a sua casa, onde os amigos estavam reunidos para um “asado” – churrasco com dizemos.
Foi muito legal, pois todos são motociclistas e as histórias e risadas foram madrugada adentro, regado a cerveja e vinho com uma espetacular parrilla argentina.