IGREJA DE SÃO VICENTE MÁRTIR
Postado em: 21/7/2012
O primeiro prédio a abrigar a Igreja Matriz foi construído por Martim Afonso de Sousa, em 1532, com a invocação de Nossa Senhora da Assunção, próximo à praia onde aconteceu a fundação oficial da Vila de São Vicente.
Segundo constam documentos da época, a igreja foi construída juntamente com outros edifícios necessários, como a Cadeia Pública e a Casa de Conselho, para a conformação de vila.
Infelizmente, os edifícios possuíram uma breve vida útil, pois a invasão de um tsunami gigantesco fez com que estes edifícios desaparecessem em 1542, ficando totalmente submersos no mar.
Documentos da época não mencionam vítimas, mas as pessoas com medo de novo maremoto, reconstruíram a Vila longe da praia.
O governo local providenciou, em 1543, o resgate do que foi possível.
A Câmara teve de gastar 620 réis para fazer o primeiro salvamento subaquático de que se tem notícia no Brasil, e talvez, das Américas. O governo mandou retirar do fundo do mar o Pelourinho de pedra - relíquia da História do Brasil, encontra-se no Museu Paulista, no Ipiranga, São Paulo - os sinos da Matriz e objetos caros que valiam a pena salvar.
Durante o período em que a Vila de São Vicente ficou sem um edifício sede para a matriz, as Igrejas de Nossa Senhora da Praia e de Santo Antônio teriam sido utilizadas tanto para as reuniões do Conselho, como para os ofícios religiosos da paróquia a partir de 1º de janeiro de 1542.
Em 3 de janeiro de 1545 o povo deu faculdade aos camaristas para que esses mandassem construir uma nova Matriz com alicerces de pedra e taipa, coberta de telhas. Acredita-se que, esta igreja teria sido edificada em um sítio mais alto e afastado do mar, por medida de segurança.
Não há como afirmar o início de sua construção, mas se presume que as obras tenham tido término no ano de 1559, devido a pedra e sua inscrição, em exposição no Museu do Ipiranga em São Paulo, encontrada durante escavações no adro da atual Matriz no ano de 1878.
No século XVIII, a Matriz construída em 1559 encontrava-se em ruína eminente por falta de conservação, e o Bispo de São Paulo, D. Antônio da Madre de Deus, ordenou a demolição desta em janeiro de 1756, dando o prazo máximo de seis meses para a execução deste trabalho.
As obras de construção da nova matriz foram iniciadas em 22 de março de 1756, sendo que os moradores se comprometeram a fornecer os materiais e os ajudantes de pedreiro.
A capela de Santo Antônio serviu de matriz provisória até o ano de 1759, enquanto se procedia a reedificação completa da atual Matriz de São Vicente Mártir.
Do ano de 1759 até hoje a Igreja Matriz sofreu inúmeras modificações descaracterizando totalmente sua edificação original, mas segundo estudiosos a atual matriz conserva, tanto externa como internamente, as proporções e o aspecto geral das igrejas mais antigas, embora os vãos e o frontão datem do século XVIII, e o revestimento, a cobertura e o coro tenham sido recentemente desfigurados, é bem possível que o seu arcabouço ainda seja o mesmo daquela primeira igreja.
Em 6 de setembro de 2000 a igreja sofreu um incêndio, que destruiu todo o forro da Capela-mor e parte da nave com todas as imagens situadas nele e a seu redor, fazendo com que o reboco, se soltasse completamente.
Para salvaguardar o monumento, em outubro de 2000 iniciou-se a instalação de uma cobertura provisória, de estrutura metálica e lona. Esta cobertura ficou no local até que as obras de recuperação da cobertura se iniciaram em 26 de agosto de 2001.
Em 20 de maio de 2002 as obras de reestruturação interna da igreja foram iniciadas e apenas em 2006 a obra foi concluída, que restaurou o que seria a estrutura original da Igreja.
Na oportunidade foram descobertas lápides de ilustres do século XVIII próximas ao altar-mor e a escadaria original da entrada.