5º DIA - CAMINHANDO SOBRE O PEABIRU EM PITANGA/PR

5º dia de viagem
Cidade: Pitanga/PR | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 4/8/2011
Diário de Motocicleta

Hoje de manhã levantei às 7h apesar dos argumentos pra lá de convincentes do edredom quentinho (rs)... mas a Rádio Itay de Tibagi nos esperava para uma entrevista ao vivo das 8h às 9h.

A Elda ficou dormindo enquanto arrastei o Jeová num frio de lascar sobre uma cidade deserta e branca pelo nevoeiro.

Chegamos na rádio e fomos entrevistados pela Emanuele que tinha bastante informações sobre o Caminho do Peabiru o qual passava pela cidade, conforme as nossas pesquisas.

A entrevista foi show de bola e recebemos o convite do diretor do Museu Histórico de Tibagi para conhecer o acervo com mais de 5.000 itens.

Os planos era partir para Pitanga, mas não pudemos recusar e tão logo saímos da pousada, fomos até a praça central visitar o museu que é de encher os olhos.

O acervo conta com peças sacras, fotos da cidade do século passado, uma sala dedicada apenas para contar a história da extração de ouro e pedras preciosas no Rio Tibagi (os caras desciam 20mts com escafandro) e uma carruagem de 1913 que fazia a ligação de Castro à Tibagi (60kms) em 8h mesmo sendo puxada por 8 cavalos.
A visita ao museu foi muito legal e confesso que se não visitássemos, com certeza nos arrependeríamos.

De lá seguimos para o posto abastecer e pista.

Rumamos em direção a Pitanga (250 km) por um trajeto tranquilo.
O esquema foi continuar na PR-340 até Imbau, depois a PR-160 sentido Reserva (acessada através da BR-376) e por fim rodando pela PR-238 / BR-487 e terminando na BR-466 – estas duas BR´s estavam um pouco zuadas, com buracos na pista e falta de sinalização, porém as demais PR´s estavam um tapete só... deliciosas para pilotar e com um trajeto e visual de babar no capacete... aliás, as estradas do Paraná são lindíssimas.

Chegamos em Pitanga por volta das 14h45 e logo nos instalamos no Hotel Querência no centro da cidade.

Neste momento liguei para o Sr. Clemente Gaioski que é um grande entusiasta e estuda os vestígios do Caminho do Peabiru há cerca de 12 anos... prontamente se dispôs a nos resgatar no hotel e nos levar para conhecer o Peabiru.

Aqui começos um dos momentos mais emocionantes da nossa viagem... o Sr. Gaioski nos levou até os resquícios do Peabiru e literalmente caminhamos sobre ele depois de mais de mil anos da sua construção.

Não satisfeito em nos mostrar os trechos ainda existentes (e poucos) o Sr. Gaioski nos levou para ver os marcos de pedras que eram fixados para marcar o caminho e, que curiosamente, eram polidas de um lado apenas e ainda estão no mesmo lugar.
Vimos também uma habitação subterrânea usada pelos Incas quando andavam pelo caminho.

Por conta do frio na região, eles cavavam buracos e montavam uma espécie de telhado para se abrigar... sem comentários ver a trilha do Peabiru ao lado do buraco que nem imaginamos o quanto foi usado.

Para arrematar o passeio recheado de histórias e fatos, o Sr. Gaioski nos levou para seu sítio e nos mostrou peças que conseguiu recolher com moradores da região, artefatos de pedras que vão de vasos, pontas de flechas, tacapes e até uma pedra com furos representando a constelação de escorpião.

Fantástico e emocionante passeio que até aqui foi o ponto alto da nossa aventura.

Uma coisa é pesquisar e ler sobre o assunto e decidir pegar a moto para percorrer um lendário caminho, outra coisa é caminhar sobre essa história.

Quero deixar registrado o meu profundo agradecimento ao Sr. Gaioski pela aula de história e carinho com o qual nos recebeu.

Na volta para casa vou editar os filmes que fizemos, mas por hora fiquem com as fotos que tiramos.

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