QUEM NÃO GOSTARIA DE VIVER NUM LUGAR ASSIM?
Postado em: 16/12/2007
É surpreendente como somos presenteados em poucos minutos de conversa sobre o que fazer num domingo.
Meu marido como sempre inventando moda, improvisou do nada uma esticada até a praia de Boissucanga e transformou um domingo morno num dia perfeito e uma segunda-feira enfadonha no melhor dia da semana.
Como nunca fui à Boissucanga, e de lá escutei maravilhas, estourei em alegria indizível, explodiu na alma a satisfação de uma impaciência tremenda por pegar estrada depois de longos dias chuvosos... e olha que o tempo ainda estava nublado... mas isso era o de menos.
Na estrada o tempo ficou pior ainda, nuvens escuras e carregadas cobrindo o céu inteiro não me preocupavam, pois tinha comigo o tempo todo um misto de euforia e confiança quase imbecis que não tomaríamos um pingo de chuva... e não tomamos mesmo!
As nuvens negras dissiparam-se dando lugar a um céu amplamente azul.
Fotografei desde Cubatão com fumaças maléficas do desenvolvimento, até a Mata Atlântica, encimada em rochas gigantescas, praticamente brotando delas, variações densas de mata bruta, formando formidáveis degrades de verde, onde se escapavam aqui e ali, fantásticas sombras de pássaros fugazes.
No entanto o mais incrível é aproximar-se do seu destino e da estrada avistar uma ponta de mar em meio à vegetação embrenhada, e vê-lo crescer majestoso em sua imensidão azul, com a força de suas águas, numa tranqüilidade só.
A praia de Boissucanga é uma visão do paraíso, recoberta de areia clara e grossa, água limpíssima e gelada, de tom azul esverdeado onde é possível enxergar os pés enquanto se caminha por ela.
Na "cidade", casinhas e casarões em ruas estreitas, nos lembram o aconchego de vilas preguiçosas, cujo sossego litorâneo só reina assim fora da temporada.
As pessoas nos recebem como velhos amigos, trazendo no rosto um sorriso espontâneo da hospitalidade mais gentil.
Daria tudo para viver num lugar assim, em frente ao mar, ver nascer e morrer o Sol, ver subir e descer a maré, me deslumbrar com o passar dos anos, sem me dar conta que o cenário é o mesmo.