UM DIA DE PERRENGUE - PARTE 1

48º dia de viagem
Cidade: Palpalá/AR | Categoria: Diário do Piloto
Revisado em: 16/08/2017
Diário de Motocicleta

Nunca é fácil deixar San Pedro de Atacama, por mais que eu a visite, sempre a vontade de ficar mais tempo bate forte quando arrumamos as malas.

O melhor horário para sair é por volta das 10h da manhã, isso por que o Paso Jama fica fechado até às 8h, e a madrugada, em qualquer época do ano, cria uma fina camada de gelo na pista.

Partimos debaixo de um lindo céu azul e Sol brilhando, e logo na primeira subida, quando atingimos 4.900 m de altitude, a temperatura despencou assim que passamos o Vulcão Lincacabur e o Juriques, os últimos dois vulcões a serem visualizados neste projeto.

Saindo mais tarde, o Sol e os caminhões que são liberados a trafegar pelo caminho, desfazem essa película cristalina e as temperaturas ficam mais suportáveis.

Conversando depois com um casal na aduana, eles me confirmaram que registraram -5˚C, o que nos levou algumas contas e observações -- levando em consideração que estávamos rodando a 120 km/h, e que a cada 10 km/h significa 1˚C a menos na sensação térmica, podemos dizer que naquela manhã estávamos motocando na faixa dos -17˚C. Coisas que só o Paso Jama pode nos oferece.

Mas já foi mais frio... em 2011 patinei em um lago de gelo que desta vez além de derretido, o seu volume diminuiu consideravelmente.


O trâmite na Aduana foi rápido, estava vazia e bastou seguir os 4 passos:

1- Baixa na Migração do Chile;
2- Entrada na Migração da Argentina;
3- Baixa da moto na Aduana do Chile – entrega da autorização para transitar com a moto (Importação temporária de veículo);
4- Registro de entrada da moto na Argentina – por conta do Mercosul, nossa moto é um veículo nacional argentino e não precisa de autorização especial.

Tudo feito, partimos para o posto de gasolina ao lado, e encontramos um grupo de brasileiros de Floripa, em especial o amigo Zulmar que acompanha o Diário de Motocicleta e que se inspirou nas nossas dicas para realizar seu sonho de conhecer o Atacama.

Batemos um bom papo, dei outras dicas de caminhos e passeios e nos despedimos... seguindo cada um para seu destino... o nosso, a cidade de Palpalá, logo depois de Jujuy.

Quando passamos Susques a moto perdeu potência e mesmo mudando de marcha, nada a fazia continuar, até que parou e travou no lugar.
A sensação era de motor travado, pois nem mesmo em ponto morto e na ladeira a moto se movia...


A continuação desta história está nas páginas do livro TAQUEOPARIU - O outro lado das viagens de moto - que narra apenas os perrengues vividos nas nossas últimas viagens.

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