DESPEDIDA DOS VULCÕES EQUATORIANOS
Cidade: Cuenca/EQ | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 4/9/2015
O dia amanheceu mais uma vez nublado e frio... atípico para o verão Equatoriano, mas muito bom para motocar. O calor em demasia gera um maior desgaste, e nesta viagem já sentimos muito o efeito das altas temperaturas.
Aproveitando a proximidade com o Vulcão Cotopaxi, ao invés de descer para o Sul, seguimos 10 m ao norte para fazer as últimas fotos deste gigante que acordou recentemente.
Quando passamos por ele pela primeira vez, estava cerca de 55% encoberto por nuvens em sua própria fumaça, o que nos deu uma certa frustração.
Mas hoje foi um pouco diferente, conseguimos ver partes da sua geleira e por muito pouco não avistamos o cume. De toda forma valeu as novas imagens registradas e voltamos a motocar para o Sul, rumo à Cuenca.
No caminho passamos ainda pelos Vulcões Illiniza Sur e Norte, mas estavam com o cume encoberto. Fotografamos o que deu e ficamos felizes, pois ainda não tínhamos conseguido ver nem mesmo sua base.
Próximo à Riobamba, o Chimborazo, o primeiro vulcão equatoriano que registramos, também parcialmente encoberto, resolveu se exibir para a gente, e quando passamos por um pedágio, as nuvens dissiparam e ele surgiu majestoso.
O ponto mais próximo do Sol... mais distante do centro da Terra... enorme e coberto de gelo... uma imagem que ficará pra sempre na nossa memória.
Por toda a cidade de Riobamba é possível avistá-lo e conseguimos fotos de vários ângulos.
Deste ponto em diante, apesar da estrada ser a mesma que fizemos quando subíamos o Equador, o gostinho era de estrada nova, pois percorremos parte deste trecho à noite e não vimos nada além de faixas brancas e amarelas pintadas no asfalto.
Agora, na luz do dia, a paisagem que aquela estrada escura serpenteava se apresentava com grandes vales e montanhas imponentes, erguendo-se para todos os lados, tirando nosso fôlego a cada curva fechada sem guard-rail.
Uma estrada que não permite erros e nem abusos.
Em alguns pontos a temperatura desceu até 9˚C, e antes de chegar em Cuenca o Sol se escondeu atrás da Cordilheira, baixando ainda mais a temperatura e só retomando com o calor da cidade e seu trânsito de carros, caminhões e ônibus que a todo instante lançam fumaça negra no ar.
Estamos quase saindo do Equador, um país que nos surpreendeu por suas curvas, paisagens exuberantes e povo acolhedor.