NA CRATERA DO VULCÃO QUILOTOA
Postado em: 3/9/2015
O dia amanheceu nublado e frio, com cara de quem pede mais meia hora na cama, mas nosso objetivo era maior do que qualquer preguiça e nos fez saltar da cama ainda cedo.
Depois do café da manhã, arrumamos nosso equipamento de foto e filmagem, subimos na moto e rumamos ao norte, em direção ao Vulcão Quilotoa.
O caminho é tranquilo, da cidade em que estamos – Salcedo – pegamos a Panamericana Sur (Ruta 35) em direção à Quito por 15 km e saímos no trevo para Pujilí.
Deste ponto em diante, a estrada passa a ser vicinal e vai subindo e serpenteando as montanhas proporcionalmente a temperatura que vai caindo.
O visual do caminho é impressionante... de campos e colinas, para penhascos e picos escarpados por quase 60 km até chegarmos no povoado de Zumbagua, onde acessamos uma estradinha bem estreita rumo ao Quilotoa.
Quando chegamos no Parque e pagamos US$ 2,00 por pessoa para entrar, ao estacionar a moto encontramos um casal de motociclistas Equatorianos (Sebastián e Patrícia), ele trabalha no Japão e está de férias matando a saudades do seu país.
Conversamos, tiramos fotos e nos despedimos... eles indo embora, a gente se preparando para descobrir o Quilotoa.
De cara subimos no mirante com certa dificuldade por conta dos fortes ventos... literalmente ele nos empurrava para a plataforma que desvendava um cenário digno de Senhor dos Anéis.
Uma cratera redonda, com borda toda recortada e irregular e lá embaixo, uma lagoa azul turquesa de tirar o fôlego.
Impossível não soltar um palavrão ao vento diante de uma imagem deslumbrante, como disse a Elda, muito mais requintada que o Ogro que vos escreve.
Em uma altitude de 3.914 m de altitude, o Quilotoa é um vulcão extinto e que permite, por um caminho íngreme e sinuoso, descer até a beirada do lago.
Não foi nada fácil descer, primeiro que estávamos vestidos de “motoqueiros”, com roupas e segunda pele que além de pesar, não são feitas para longas caminhadas, ainda mais cratera adentro.
Para ajudar, ainda carregávamos equipamentos de foto e vídeo, o que tornou a descida por um caminho arenoso ainda mais complicada.
Creio que levamos cerca de 40 a 50 minutos para chegar na beira do lago... completamente exaustos.
Depois das várias fotos, tomadas de vídeo e de conhecer um simpático casal de Lisboa (Eugênio e Paula), sentamos bem próximo da água e contemplamos aquela maravilha, tendo em companhia uma Coca-Cola gelada e um saquinho de amendoim crocante e sem casca.
Foi o nosso almoço e recompensa, e muitos podem achar pouco, mas com um cenário daqueles, não precisávamos de mais nada.
Aliás, precisávamos sim... de uma carona cratera acima.
Os bravos que encaram a subida podem levar até 1h30 para subir não mais que 250 m, mas sinceramente não estava nesse pique, e como sempre procuramos incentivar o comércio local, alugamos dois cavalos por US$ 10,00 por pessoa e subimos em 40 minutos apreciando a paisagem e ficando gelados cada vez que os cavalinhos paravam na beirada de desfiladeiros para descansar.
Foi um alívio quando desmontamos, e acredito que os cavalos sentiram o mesmo. Eu não subiria aquele barranco com alguém nas minhas costas por menos de US$ 500,00 nem a pau.
Na volta para o hotel, já no fim da tarde curtimos cerca de 6˚C no marcador da moto, mas na nossa velocidade, a sensação térmica era de – 4˚C.
Foi um dia incrível que ficará pra sempre registrado nas nossas memórias...