ATÉ BREVE COLÔMBIA...

32º dia de viagem
Cidade: Salcedo/EQ | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 2/9/2015
Diário de Motocicleta

A noite passada a chuva nos pegou de surpresa quando saímos do nosso jantar e acabamos voltando de taxi para o hotel, já que estávamos a uns 2 km de distância.

Durante a madrugada ventou muito, com rajadas fortes e temíamos que no dia seguinte pudessémos sair debaixo de temporal.
Isso não seria problema se estivéssemos com as nossas capas de chuva da GIVI, mas acabei me esquecendo de comentar, perdemos nossas capas no trecho de 60 km de terra na Ruta 10, quando íamos de Pasto para Neiva (CO)... naquela estrada da morte a bolsa contendo o conjunto completo da Elda e a minha calça se soltou da moto e ficou pelo caminho... só nos restou a parte de cima da minha capa, que estava guardada no baú.


Ao levantar, fui no estacionamento pegar a moto e quando sai do hotel, uma massa de ar frio doeu nos ossos.
O céu apresentava alguns pontos azuis, mas na direção que tomaríamos, o negócio "tava feio", com grossas nuvens cinzas.

No dia anterior sofremos com 36˚C... agora subiríamos na moto debaixo de 14˚C.
Definitivamente esse El Niño “zuou” nosso projeto... estamos no hemisfério Norte e aqui é verão. Esse frio não faz sentido.

Nem conseguimos uma boa foto do Vulcão Galeras que fica às margens da cidade de Pasto. Em 2008 ele acordou de repente de um sono de 10 anos e matou três vulconólogos e dois turistas que estavam dentro de sua cratera. Uma tremenda falta de sorte.


Bem agasalhados com as roupas e segunda pele da TEXX, pegamos estrada debaixo de uma chuva fininha, daquela que molha o chão e deixa ele um sabão.
Presenciamos um acidente, quando um carro deslizou em uma curva e bateu nas rodas traseiras de um caminhão que vinha no sentido contrário.
Por sorte, apenas danos materiais, mas que nos reteram na pista por um bom tempo.

Depois disso, pilotei de salto alto, bem devagar até que aquela cena se apagasse da minha mente e a pista ficasse mais seca... mas durante vários trechos a chuva voltava.

Na Aduana, o lado Colombiano bateu recorde de atendimento... sem filas na migração, entregamos o “Permiso” da Elda e o meu Passaporte, e bingo (!), estávamos indo em direção a Aduana, onde bastou entregar a minha Autorização para pilotar, e até breve Colômbia.

Troquei os últimos Pesos Colombianos por Dólares com os cambistas de plantão e fomos para a aduana Equatoriana que estava lotada, com a fila saindo pra fora da central.
Mesmo com três guichês abertos, levamos cerca de 30 a 40 minutos para dar entrada na Migracão e mais 30 minutos para pegar o “permiso” para dirigir e entrar com a moto no Equador.

A ordem em qualquer fronteira é essa, primeiro migração depois a moto na aduana.

Feito isso, rodamos em direção a Latacunga, pelo mesmo caminho que usamos para ir à Colômbia.
É muito raro fazer o mesmo caminho de volta, sempre optamos por outros caminhos, mas neste trecho da América do Sul, não há muitos caminhos diferentes. De toda forma, uma coisa é usar a BR-116 na ida e na volta... outra coisa é motocar a mesma estrada no meio da Cordilheira dos Andes... é sempre outra estrada.

O que era imagem no retrovisor vira horizonte e a cada curva, a sensação de nunca ter passado ali é renovada.

As nuvens pesadas ficaram para trás e conseguimos novas fotos de vários vulcões que passamos anteriormente, como o Imbabura, Atacazo, Pasochoa, Corazón, entre outros.

Amanhã vamos até o Vulcão Quilotoa e se eu fosse você, não perderia o próximo relato... vamos entrar em sua cratera.

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