DE VOLTA À PASTO

31º dia de viagem
Cidade: Pasto/CO | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 1/9/2015
Diário de Motocicleta

Após um dia trancado no quarto do hotel em Cali trabalhando, saímos rumo a Pasto, a primeira cidade em que ficamos quando entramos na Colômbia.

Agora por outra estrada, não pegaríamos trechos de terra e o dia tinha tudo para ser tranquilo e a viagem relativamente rápida, já que percorreríamos cerca de 360 km.

A saída de Cali foi fácil e não ficamos tanto tempo assim presos no trânsito, e após uns 15 km já estávamos na estrada.

Na altura de Santander de Quilichao avistamos o Nevado Del Huila, um vulcão inquieto que explodiu em 2008 no alto dos seus 5.750 m de altitude.
Na verdade o Del Huila é um aglomerado de picos emergidos de um vulcão inicial que tinha uma cratera de 10 km de diâmetro.
Hoje é uma montanha com 16 km de comprimento e 3 km de largura que possui seu pico permanentemente coberto de neve. Nós o vimos de forma parcial, pois as nuvens encobriam boa parte dele.

Seguimos viagem sob um calor que desde cedo já nos castigava, e logo nos primeiros 150 km de curvas, a Elda começou a se sentir mal, com queda da pressão.

Paramos em um posto na cidade de Rosas para que tomasse um pouco de água e tentasse se recuperar.
Foi engraçado ver dois cabos do exército sair da mata e ficar a menos de 10 m nos observando, enquanto um outro mantinha-se no alto do morro nos olhando.

Não éramos ameaça, mas chamávamos atenção.

Tão logo a Elda respirou e se sentiu melhor, subimos na moto e seguimos a viagem, mas a estrada não nos ajudou, com um asfalto muito remendado, cheio de rachaduras, buracos e imperfeições, faziam a moto pular igual boi louco, o que foi novamente piorando a situação da minha garupa preferida.

Paramos em um restaurante para mais uma vez nos hidratarmos e dar um tempo para recuperação da Elda, e logo de cara vi um monte de motos estacionadas e sentados numa mesa grande, uns 15 integrantes do LAMA Moto Clube, de Cali, mas que possui facção por todo mundo, inclusive no Brasil.

De longe já nos acenaram, e tão logo acomodei a Elda e pedi algo para ela beber, fui cumprimentá-los.
Foram muito amáveis e ficaram surpresos quando disse que era do Brasil... logo todos estavam de pé fazendo fotos e perguntas.

Conversamos um pouco e quando o almoço deles começou a ser servido, voltei para ver a Elda que estava se recuperando bem do forte calor.

Não demorou muito para que todos se levantassem e voltassem para as motos, mas antes de partirem mais algumas fotos, trocas de cartões e contatos.

Eles seguiram para Cali (ao Norte) e nós para Pasto (ao Sul).

Milagrosamente a estrada ficou um tapete e as curvas fechadas se abriram e foi possível desenvolver velocidades acima de 100 km/h.

Quando a estrada encontrou a Cordilheira e começou a subir, finalmente as temperaturas começaram a baixar e a paisagem a ficar cada vez mais linda.
O verde ficou para trás e montanhas áridas de pedras começaram a se levantar por todos os lados.

Uma das partes mais lindas foi ver do outro lado do vale a sequência da estrada em que nós estávamos, que descia rumo a um túnel e depois, fantasticamente cruzando o meio de duas montanhas gigantes, o penhasco que nos acompanhava pela direita, passou sem fundo para esquerda, com os raios do pôr do sol prematuro se escondendo no alto das montanhas.

Um cenário deslumbrante.

Antes de chegarmos a Pasto, a temperatura que antes atingira 36˚C, agora andava na casa dos 14˚C, nos refrescando ao entrar na cidade de trânsito caótico.

Voltamos para o mesmo hotel, e no dia seguinte deixamos a Colômbia com belas imagens na bagagem e a promessa de voltar em breve para explorar mais esse país de pessoas hospitaleiras e lugares incríveis que vale a pena conhecer.

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