ENTRANDO NO PERU

9º dia de viagem
Cidade: Arequipa/PE | Categoria: Diário do Piloto
Revisado em: 28/06/2018
Diário de Motocicleta

Depois de uma noite muito mal dormida aos pés do Vulcão Sajama/BOL, senti os benefícios de descer para Putre/PER que fica a meros à 3.650 m de altitude, com menor pressão atmosférica e temperatura na casa dos 0°C, dormi tranquilo e recuperei a energia.

Descansados, tínhamos o objetivo de seguir para Arequipa/PER, onde o fuso horário nos ajudaria em duas horas a menos, por isso nos demos ao luxo de sair tarde da pousada, colocando a moto na estrada por volta das 11h30.

Usamos a Ruta 11 para descer até Arica, que se revelou uma das mais lindas que já cruzamos no Chile, com um trajeto sinuoso, contornando precipícios com mais de 1.000 m de queda, oferecendo um visual majestoso.

Na altura da cidade de Molinos o visual é alucinante, pois da estrada se vê a cidade no fim do vale, aproximadamente uns 1.500 m abaixo da linha da pista, verde e repleta de plantações de milho e batata, que vamos mergulhando a medida que descemos em meio a curvas de 90˚ e zig-zags que oferece vários ângulos para fotos.

Se olharmos de um lado vemos pedras e areia, do outro, campos verdinhos.

O asfalto é muito bom, embora alguns trechos tenham sido levados por desmoronamentos, expondo a terra crua. É preciso muita atenção, principalmente nas curvas fechadas, onde do nada enormes panelões de areia surgem à sua frente.

A quantidade de caminhões é mínima, apesar da rota ser a única saída da Bolívia para o mar.


Ao chegarmos em Arica, fiz câmbio no Terminal Rodoviário Internacional e seguimos para mais uma Aduana, agroa no Paso Chacalluta.

Os trâmites foram os seguintes no lado Chileno.

1- Comprar um formulário para declaração de passageiros, à venda na lanchonete;
2- Dar baixa na Migração Chilena apresentando essa declaração e o Passaporte/RG;
3- Dar baixa na Aduana (moto) apresentando o Permiso dado na entrada do Chile/Bolívia (Paso Chungará);

Esse trâmite nos consumiu 1h. Desta vez sair do Chile foi mais simples que entrar, já que não foi solicitado tirar os baús e coloca-los no scaner.
Seguimos 500 m a frente parando na Aduana do Peru e realizando os trâmites de:

1- Preencher o Formulário de Migração comprado no lado chileno;
2- Dar entrada na Migracão.
3- Passar toda a bagagem no scanner;
4- Passar a moto para vistoria;
5- Dar entrada da moto no CIT – Aduana, e pegar o Permiso para pilotar no Peru;
6- Comprar o SOAPEX – seguro obrigatório para veículos estrangeiros (US$ 35,00 por 30 dias).

Esse trâmite nos consumiu mais uma hora, e o que tínhamos de vantagem por conta do fuso foi perdido nesta burocracia.

Legalizados, pegamos a estrada rumo ao Norte, e após um retão de 50 km, fomos parados na Aduana de Controle - na verdade é obrigatório parar e apresentar o Permiso para pilotar e o Documento da Moto.

Registro feito, seguimos mais 30 km de retas até que as curvas começassem a aparecer, e um cenário parecido com Marte preenchesse nosso campo de visão – confira depois as fotos.

Saímos de uma área nublada, para um céu aberto e azul, quando subimos novamente a Cordilheira a quase 2.000 m de altitude.
O Sol nos acompanhou até pouco depois de Moquegua, quando novamente chegamos perto do nível do mar, e topamos com uma pequena garoa que começou a lavar a moto... infelizmente (rs).

Chegamos em Arequipa por volta das 19h30 - horário local - depois de rodar cerca de 585 km.

Os planos é ficarmos aqui pelos próximos dias visitando vulcões, matando a saudade, e fazendo turismo por esta cidade linda que possui ínumeros Patrimônios Culturais tombados pela UNESCO.

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