MOTOCANDO NA BOLÍVIA

4º dia de viagem
Cidade: Santa Cruz de la Sierra/BO | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 5/8/2015
Diário de Motocicleta

Na noite anterior à nossa partida de Corumbá, o amigo Luis Fernando, DUCATISTA do Clube DUCATI da Bolívia chegou para nos resgatar e iniciar também um projeto pessoal de cruzar o seu país do Brasil até o Peru, algo em torno de 3.500 km que pretende fazer em 11 dias.
E passando da meia-noite, foi a vez do amigo Reinaldo, também de Santa Cruz chegar em nosso resgate.

Pela manhã, levantamos o acampamento e seguimos para fronteira, e como todo o trâmite havia sido feito no dia anterior, passamos direto por grandes filas, tanto do lado brasileiro quanto boliviano.

A nossa única parada foi na Polícia de Trânsito em Puerto Suárez para pegar a Ordem de Translado que permite pilotar sua moto na Bolívia.
Essa autorização vai lhe custar B$ 50,00 (R$ 25,00 nos dias de hoje ou US$ 7,35).

Feito isso, pegamos a Ruta 4 com destino à Santa Cruz, uma estrada nova, com pouco mais de 4 anos, com piso de concreto e bem distribuída entre curvas e retas.

Esta estrada veio facilitar a viagem entre a fronteira do Brasil com a capital financeira da Bolívia, que antes era feita pelo famoso Trem da Morte, ou de caminhões gigantes que levavam de quatro a sete dias para percorrer esse trajeto de 600 km.

Era uma mistura de lama com areia fina... um suplício que vários amigos percorreram de moto, com o instinto de aventura à flor da pele.

Hoje, muito mais tranquilo, com baixo movimento de veículos, um ou outro povoado aqui e ali, é preciso apenas muita atenção com as várias cabeças de gado que pastam às margens da pista, e outras vezes no meio dela.

O destaque deste trecho fica com a Serranía de Chochis, um paredão de pedra com 1.200 m de altitude que surge do nada, simplesmente lindo.
É conhecido como o Valle de Piedras e possui trilhas para caminhadas, lagoas com águas cristalinas e sítios arqueológicos.

Com o tempo corrido, nos contentamos com a vista da estrada, paramos para algumas fotos e seguimos viagem.

Quanto ao abastecimento, ele acontece em dois pontos importantes, o primeiro em Roboré, uns 250 km da fronteira, e San José de Chiquitos aproximadamente uns 270 km antes de Santa Cruz de la Sierra.
As motos com autonomia menor que 200 km convém levar um galão de gasolina.

Quanto ao valor pago no litro de combustível, o preço oficial nacional para estrangeiros é de B$ 8,68 (R$ 4,43 nos dias de hoje ou US$ 1,27).
Ai o amigo vai reclamar, por que estrangeiro paga mais caro?
Simples, a gasolina é parcialmente subsidiada pelo Governo, que paga metade da conta. Quando isso se institucionalizou, vários vizinhos, em especial os brasileiros vinham para Bolívia encher galões e galões para revender no Brasil... uma vez descoberto isso, baixou-se uma portaria em que veículo estrangeiro (não é perseguição a brasileiros) pagam um valor diferenciado.

É comum em vários lugares do mundo, valores distintos entre locais e turistas, tanto em produtos como serviços.
Em Foz de Iguaçu mesmo brasileiro paga mais barato que estrangeiro... então não temos que reclamar, é só completar o tanque com uma gasolina que beira os 95 octanos e motocar.

O nosso amigo Reinaldo teve um compromisso de última hora em San José e se adiantou, enquanto o Luis Fernando nos guiou até o hotel.

Mais tarde foi nos buscar para um jantar com o Clube DUCATI da Bolívia onde éramos aguardados com uma agradável surpresa, mas falo dela no próximo artigo.

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