ÚLTIMA PARADA EM MOVIMENTO
Cidade: Rio Amazonas/PA | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 9/9/2013
De madrugada acordamos com uma chuvinha fraca, mas que mesmo assim levantou parte da tripulação para baixar as lonas laterais do barco afim de não molhar os passageiros das redes.
Essa galera não pára um segundo... quando não estão carregando ou descarregando mercadorias, estão fazendo faxina no convés como esta manhã em que acordei com o barulho de vassouras esfregando o chão.
O céu azul deu lugar a nuvens pesadas no horizonte que acompanharam o barco o dia todo sem jogar sobre a gente uma gota sequer, o que foi bom, refrescou o tempo e me permitiu trabalhar no convés sem problemas.
Os passageiros que sobraram à bordo se distraem jogando dominó e curtindo a nata do Brega Music do Pará... no começo aos nossos ouvidos, criados no bom e velho “rock and roll”, o ritmo é levemente insuportável, mas depois de seis dias, você se pega batendo o pezinho e com um pouco mais de atenção às letras, o riso escapa.
A espiritualidade do brasileiro é uma coisa ímpar, e não é por pouco que encantamos o mundo.
Pedi para gravar um CD... vou levar cópia para os amigos... quem sabe coloco para tocar no nosso stand no Salão Duas Rodas.
Sem desligar os motores
A última parada foi em movimento... em Itacoatiara o navio não pára, ele desacelera e, enquanto de um lado um outro barco encosta e descarrega mercadorias, do outro, passageiros pagam US$ 4,50 para barqueiros levá-los até o porto. Um espetáculo de equilíbrio digno do Cirque du Soleil.
De Itacoatiara até Manaus são cerca de 4h de ônibus, mas desembarcar a moto em movimento era praticamente impossível e pra lá de arriscado... então continuamos por mais 12h embarcados, tentando não olhar no relógio.
Os momentos finais são os piores.
Por volta das 22h (horário local – aqui é 1h a menos) nossa bagagem já estava arrumada e eu aproveitei para dar um cochilo com roupa de cordura mesmo até às 2h da manhã, quando chegamos em Manaus.
O desembarque da moto foi inacreditável, pois o desnível do barco com o píer estava cerca de 1,30cm acima do convés do barco, e foi preciso cerca de 7 carregadores para subir a moto em uma rampa, e deslizá-la até terra firme.
Confesso que filmei tudo sem respirar, mas tudo deu certo. Veja as fotos
Agora vamos descansar em uma boa cama, tomar um bom banho quente e rodar Manaus antes de fazer uma revisão da motoca na Planta da Suzuki, lugar em que ela foi montada em 2011.
Continuem com a gente... ficaremos uns dias em Manaus e depois vamos motocar a BR-319 - a Rodovia Fantasma!