ESTRADA DOS ROMEIROS NA CHUVA
Postado em: 8/6/2013
Eu tenho uma particular simpatia pela Estrada dos Romeiros SP-312 que costumo pegar no cruzamento com a Rod. Castelo Branco BR-374 – saída 26.
Já passei tanto por ela que até a sua história pesquisei, e das várias encontradas, a que mais me impressionou foi saber que em seu leito original passaram os Incas vindos do Peru, pelo Caminho do Peabiru, em direção à Baixada Santista – Litoral de São Paulo.
Pelo menos uns 600 anos de história que teve especial valor quando percorremos o Caminho do Peabiru até a costa do Peru em 2011, que assim como desta última vez, chovia, mas bem menos.
Agora eu estava conduzindo os amigos Wagner e Fumiko (de V-Stron DL 650), pelo Moto Turismo Guiado “Serras & Rastros II”, um passeio de seis dias por cinco estradas incríveis sendo Estrada dos Romeiros, Serra Rastro da Serpente, Serra do Corvo Branco, Serra do Rio do Rastro e por fim Estrada da Graciosa.
A Romeiros, de todas, era a primeira a ser motocada, e logo na sua parte urbana, que mais parece uma avenida com semáforos e trânsito, os primerios pingos começaram a cair e não demoraram muito a nos fazer encostar para colocar capas de chuva.
Chuva é um dos imprevistos mais prováveis de atingir um moto turista, então uma dica pra quem não gosta de se molhar, compre um carro.
Conheço muitos que desanimam completamente, e isso pode ser perigoso na hora da pilotagem. O baixo interesse naquele momento baixa a guarda do estado de atenção, e nem preciso dizer o estrago de uma alicatada no freio dianteiro sobre o piso molhado né?!
Pilotar sob o céu azul é direito e sonho de todos, e o piloto deve acreditar que seu dia vai chegar. Ele deve subir na moto e lembrar dos dias ensolarados que já pegou, e tomar uma postura mais centrada, responsável e zelosa.
No meu caso, que guiava os amigos, não nego uma preocupação com o quanto o Wagner e a Fumiko encaravam a situação de forma descontraída... nos conhecíamos pessoalmente a poucos minutos, então era torcer e esperar para conhecer melhor duas pessoas fantasticamente de bem com a vida.
Coisas boas acontecem com pessoas boas... então, nos restava motocar.
As curvas da Estrada dos Romeiros são na grande maioria fechadas e com pontos cegos.
Por vezes você notará um carro já no meio da curva, isso por que elas são curtas... há muito poucas curvas longas, por isso é preciso muito cuidado.
Dá pra rodar nela entortando o cabo em um dia de Sol?
Dá! Mas é muito arriscado.
Não é uma estrada abandonada e em desuso, muito pelo contrário, serve de acesso para moradores de Pirapora do Bom Jesus/SP e Cabreúva/SP, mas não chega a ter trânsito pesado.
É uma estrada para se fazer com calma, deitando nas curvas e curtindo os corredores de árvores que em alguns momentos chegam a formar pequenos túneis verdes.
Os amigos de moto custom devem ter essa estrada como “passagem obrigatória”, pois é antes de tudo, uma excelente rota para Itú/SP.
Voltando às curvas, que neste trecho percorrido de 64 km somam mais de 180 entre abertas e fechadíssimas, é preciso especial atenção nas ultrapassagens.
Existem curvas que o caminhão e até mesmo um carro não consegue fazer sem cruzar a linha amarela... e se o motorista for "braço", ai não dá coisa boa.
Lembre-se de entrar nas curvas à direita, o máximo possível para o acostamento (que não tem), estas são na maioria as curvas mais cegas. As viradas para esquerda possuem em alguns casos, um ângulo de visão maior, no entanto, a dica de manter-se longe da faixa amarela é uma boa prática em pistas vicinais.
Com o chão molhado, a atenção normalmente já fica mais apurada, é como se a gente quisesse sentar na moto sem fazer peso, então a dica é relaxar no banco e pilotar bem tranqüilo, segurando a moto mais no freio motor que nas pinças.
Neste dia de chuva, passamos tranqüilos por todas as curvas.
O imprevisto foi superado, mas infelizmente não foi registrado por conta do mal tempo, mas um novo limite foi atingido e seguimos rumo a Capão Bonito/SP.
De Itu para Capão Bonito
Existem três caminhos, mas destes apenas dois são os mais usuais, práticos e seguros, e marcam de 165 a 180 km de percurso.
Particularmente vou pelo mais longo... prefiro cruzar o centro de Itú, pegar a Rod. Waldomiro Corrêa de Camargo até a Castelo Branco e acessá-la (saída a esquerda) rumo a Boituva (Interior).
Essa volta me tira do outro trajeto que passa por Sorocaba e Votorantim que colocam seus carros e caminhões na pista. Pela Castelo, é possível reprogramar a mente em suas retas rápidas, até acessar a Rod. Antônio Romano Schincariol BR-373 e de lá seguir toda a vida.
Na altura de Itapetininga, esta pista irá se cruzar com a Rod. Raposo Tavares BR-374, mas depois volta a ser BR-373 até chegar a Capão Bonito/SP.
Não deixe de visitar o Moto Bar Porthal Rastro da Serpente... falaremos dele no próximo artigo!