36º DIA - AREQUIPA - A CIDADE BRANCA

36º dia de viagem
Cidade: Arequipa/PE | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 4/9/2011
Diário de Motocicleta

Levantamos com céu azul em Puerto de Lomas... ontem quando chegamos no final da tarde estava encoberto pela mesma neblina que encontramos em Lima, mas hoje pela manhã, deu para ver a beleza do lugar.

Puerto de Lomas fica a cerca de 100 km de Nasca (sentido sul) e uns 8 km da Panamericana.
É uma vila de pescadores onde em nossas pesquisas encontramos muitas reclamações do moradores em relação a administração, e fica em uma península, menor que duas quadras da Avenida Paulista.
A infra estrutura do lugar é muito precária, quase não tem asfalto e pouca iluminação.
Não há o que fazer em Puerto de Lomas, salvo alguns restaurantes familiares e uma pracinha que reúne a igreja e a prefeitura.

Tomamos nosso café da manhã, tiramos algumas fotos do hotel, conversamos com a simpática Pepita, uma senhora viúva dona do hotel e fomos para estrada.

Na Panamericana logo de cara encaramos um vento lateral muito forte com rajadas de areia.
Ao redor da estrada não existe vegetação, apenas dunas de areia que vieram jateando a moto e a gente durante uns 60kms.

Conseguimos percorrer cerca de 80kms em duas horas, para se ter idéia da dificuldade da pista, que mesmo sendo de ótima qualidade, não dava para correr, tamanha quantidade de areia voando contra a moto.

Durante o caminho, sempre margeando o mar, ora mais perto, ora mais longe, o vento era constante companheiro e batia da esquerda para direta, de frente, e da direita para esquerda.
Jogou a gente de um lado para o outro sem trégua!

A paisagem foi mudando de acordo com o vento... em um certo momento cruzávamos dunas de areia de 600 m de altitude, depois estávamos em campos gramados e verdes que logo davam lugar a campos de pedras áridas.

Houve um momento em que rochas negras deram lugar a rochas vermelhas, enquanto do outro lado do vale verde erguiam-se montanhas de areia.

Uma das partes mais linda da estrada foi quando as montanhas dos Andes encontraram o mar e fomos margeando a costa em meio a precipícios gigantescos com pedras servindo de guard rail para as ondas que estouravam lá embaixo.
Simplesmente lindo e perigoso demais.

Após uns 300 km, passamos a cidade de Camaná e mudamos o rumo subindo os Andes continente a dentro em direção a Arequipa.
Neste trecho a temperatura caiu muito e uma forte neblina nos atingiu com fortes ventos laterais da direita para esquerda.
Quase congelamos durante uns 50 km, quando o céu azul novamente surgiu no planalto.

Ainda faltavam cerca de 150 km onde foi possível esticar nas retas infinitas que tínhamos pela frente.

Chegamos em Arequipa 500 km depois em cerca de 8h e logo nos hospedamos perto da Praça de Armas. Amanhã faremos um tour pela cidade que fica aos pés de dois enormes vulcões!

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