31º DIA - FINALMENTE NASCA

31º dia de viagem
Cidade: Nazca/PE | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 30/8/2011
Diário de Motocicleta

Graças a Deus a Elda acordou bem melhor e disposta a motocar os 150 km até Nasca.

As informações que tínhamos é que subiríamos um pouco mais os Andes onde seria bem frio – oba, neve de novo? (rs) – e depois desceríamos rumo a Nasca.
Essa brincadeira deveria consumir umas 3h! Fala sério, como 150 km se faz em 3h?
Nos Andes 3h é pouco... estou aprendendo isso viu!

Acordamos tão dispostos que saímos sem tomar café da manhã, se bem que depois dos sanduiches que eu consegui comprar ontem a noite... se o pão caísse no pé, com sorte não se amputava o dedinho de tão duro que era... enfim... fomos para estrada.

Saindo de Puquio já começou a subida e as curvas da Carreteira Interoceânica.
Uma hora depois já tínhamos rodado 50 km... isso mesmo... uma hora de curvas e cotovelos que desta vez resolvi contá-los.

Por diversas vezes notava que acima de nós passava uma estrada e logo depois lá estávamos vendo abaixo o caminho que tínhamos tomado... tem uma foto no nosso álbum que mostra essa situação... um emaranhado de pistas indo e vindo quase sem sair do lugar.

Uma coisa interessante, e frequente nos Andes, é que a paisagem vai mudando a todo momento. Saímos com uma vegetação de eucaliptos e logo começou o afloramento de rochas que brotavam do chão por todos os lados.
Paramos para fazer umas fotos e construir nossos totens de pedra na beira da estrada... não sei quanto tempo irá durar, mas nós fizemos e fotografamos (rs).

Seguindo viagem, o afloramento de pedras deu lugar a uma planície no alto dos Andes, levemente coberta por uma grama amarela e sem absolutamente nada... um grande vazio onde o que poderia se ver eram Lhamas pastando aqui e ali.

A expectativa é que nesta altura estaríamos com frio, por conta disso, por debaixo das roupas de cordura estávamos com as segunda pele da Go Ahead (calça e camisa Ultra) e ao alcance das mãos, balaclavas e até cachecol... mas o frio não veio e para a minha frustração nenhuma nuvem no céu, ou seja, nada de neve.

Passado esta região, começamos a nossa descida para Nasca e o clima esquentou... paramos para tirar um pouco de agasalhos e ao nosso redor a vegetação praticamente havia se extinguido.

Montanhas e montanhas de pedras... nada mais que pedras.

Começamos uma descida em ziguezague com cotovelos, curvas abertas, outras fechadas que faziam qualquer ser humano entender por que se demora tanto para chegar em Nasca.
Para se ter uma idéia, foram tantas curvas que a Elda começou a sentir enjôos e tivemos que parar um pouco para respirar e tomar água. Eu mesmo já estava ficando enjoado (rs).

Nesta altura faltavam pouco mais de 40 km para chegarmos e o horizonte era um monte de pista indo e voltando.

Com pouco mais de 3h e cerca de 167 km percorridos, chegamos no nosso hotel em tempo para o almoço, já que ainda estávamos em jejum e ontem pouco comemos também.

Agora é comer, beber e descansar por que amanhã vamos voar.
Ah! Foram 47 curvas cotovelos, algumas sem placas e com um horizonte infinito!

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