17º DIA - ESTAMOS NA CIDADE MAIS ALTA DO MUNDO - POTOSÍ 4MIL METROS DE ALTITUDE
Cidade: Potosí/BO | Categoria: Diário do Piloto
Postado em: 16/8/2011
Nosso último dia em Sucre começou com uma apresentação dos cães do Exército Boliviano em homenagem à São Roque, padroeiro dos cachorros.
A Praça 25 de Mayo foi tomada por populares e crianças das escolas ao redor para ver os cães fazerem truques como pular arcos, barreiras entre outras.
Ligamos os motores às 10h30 hora local, e no abastecimento tivemos uma conversa com o Santana que mesmo sabendo dos problemas da altitude, veio com uma moto carburada, de 250cc (sabendo que estaríamos com motos de 650 e 800cc) para subir a 4mil metros de altitude.
Moto carburada sobe, mas em primeira ou segunda, e bebendo um tanque.
O Santana é muito cabeça dura e decidiu nos acompanhar até onde der e seguir para La Paz, onde pretende cruzar para o Brasil, pois não trouxe dinheiro suficiente.
Das diversas reuniões que fizemos, o Santana quase nunca apareceu, e a incerteza de que viria sempre foi um mistério.
Acabou que veio despreparado, por fora do projeto e agora não possui grana suficiente e tem uma moto não indicada para o nosso roteiro. Juro que se no dia da nossa saída eu tivesse percebido que a moto dele era carburada, eu não o deixaria nos acompanhar.
Na contra mão do nosso projeto, hoje ele seguiu em viagem solo em busca de um “melhor” caminho onde pretende nos reencontrar em Cuzco... será muita sorte, a mesma sorte que lhe desejo a viagem toda.
Eu, Elda e Jeová viemos rasgando os Andes e parando para fotos e filmagens... a grandiosidade que já tínhamos testemunhado tornou a surgir diante dos nossos capacetes e nos arrancou sorrisos.
Os 150 km entre Sucre e Potosí (que o Google marca como Ruta 6 quando na verdade é a continuação da Ruta 5) foi suave, numa estrada muito boa e com poucos trechos sem asfalto.
Acontece que os Andes constantemente desmorona, e às vezes leva a pista embora, nestes trechos a estrada é reconstruída com pedra e terra batida, que facilmente pode virar os areiões que já conhecemos. Então é bom manter a atenção e prudência, até mesmo por que é comum porcos, vacas e burros passeando na pista.
Tirando a preocupação com a moto do Santana, estávamos atentos com o frio que se apresentaria aos 4mil metros, e do “Mal de Puno” como chamam as reações ao ar rarefeito que podem dar dores de cabeça, falta de ar, enjôos, desmaios e até diarréia.
Me senti seguro pois viajo com a Elda usando os intercomunicadores da Vectrux, e já tinha combinado que no menor efeito, um comunicaria ao outro e a moto seria parada.
Felizmente viemos tranquilos parando para boas fotos para os amigos e não sentimos nenhum mal.
Ao chegar em Potosí por volta das 15h local rodamos um pouco pois as ruas passam apenas um carro, há poucos semáforos e quase nenhuma placa, nem mesmo das ruas.
Nos orientamos sentido ao Centro e na primeira pousada que paramos estava lotada.
Fomos para o Hotel Santa Teresa e nos hospedamos.
O Hotel tem um restaurante onde já sentamos para a cerveja comemorativa e almoçamos uma carne de Lhama deliciosa... a Elda ficou com pena e comeu carne de boi mesmo.
Agora à noite saímos para uma volta e já deu para sentir o frio. Na cidade deve estar uns 5C°, mas sem vento, e acabamos assistindo uma procissão somente de jovens cantando e dançando em homenagem à San Martín... muito legal a manifestação cultural.
Amanhã vamos conhecer todos os prédio que fotografamos hoje por fora.