NO CAMINHO PRA CASA...

29º dia de viagem
Cidade: Corumbá/MS | Categoria: Diário do Piloto
Revisado em: 22/01/2018
Diário de Motocicleta

Iniciamos a nossa volta ao Brasil de forma silenciosa.
Já comentei com vários amigos, que nestes momentos de retorno, quando não temos nada mais o que fazer a não ser retornar para casa, o dia é de pouco papo e mais contemplação. Como se quiséssemos queimar a retina com aquelas últimas paisagens... na esperança de marcar a memória para sempre.

Saímos cedo de Santa Cruz de la Sierra, dispostos a percorrer os 660 km até o Brasil pela bela e lisa Ruta 4, que corta o que eu chamo de Chaco Boliviano – o termo não é correto, mas é uma alusão aos Chacos Argentino e Paraguaio, onde as retas, o forte calor e as poucas opções de abastecimento reinam.

Nosso pneu traseiro, na marca do TWI há alguns quilômetros ditou nosso ritmo de 105 km/h, bem suave, ainda mais sobre um piso de concreto com ranhuras que come muito mais borracha que o asfalto.

Na tranca de Pailas, fomos parados, e sem pensar duas vezes, já desci da moto com a minha Ordem de Translado em mãos, e com a Go Pro ligada no alto do capacete.

Ao me aproximar da janela do Posto de Controle, o oficial de dentro já sacou a camera ligada e começou a fazer perguntas se eu filmava o tempo todo, se as imagens ficavam boas... e quando vi, estávamos batendo um baita papo, onde lhe dizia os lugares pelo quais tínhamos passado e como a Bolívia havia melhorado nos últimos seis anos.

Partimos sem deixar una contribuicion e com votos de boas estradas sempre.

A primeira parada foi em San José de Chiquitos, cerca de 280 km de Santa Cruz, para abastecer e esticar um pouco as pernas.

Chegamos por volta do meio dia e me lembro que a temperatura já beirava os 35°C.

Subimos na moto para rodar mais um trecho, curto desta vez, em 130 km até Roboré, segundo ponto estratégico para abastecimento.

Esse pedaço da estrada é o mais interessante, pois as retas dão lugares a várias curvas e onde Chochis, um paredão tipo chapada se ergue no meio do nada, aonde ninguém poderia imaginar uma paisagem insólita e solitária como aquela.

A garantia de belas fotos é certeira.

Vim olhando o horizonte, fitando as nuvens e pedindo um pouco de chuva para aliviar aquele calorão, e assim que chegamos no posto de Roboré e entramos na loja de conveniência para comer umas Saltenhas, um molho caiu do lado de fora, num temporal com raios e trovões.

Tive vontade de sair correndo da chuva feito retardado, mas o ar condicionado delicioso do estabelecimento me deixou largado na cadeira, vendo a chuva cair.

Abastecemos as últimas gotas de gasolina maravilhosa de 97 octanos da Bolívia e seguimos os últimos 200 km até a Fronteira com o Brasil.

Chegamos por volta das 17h30 e tanto a Aduana como Migração já estavam fechadas.
O jeito foi seguir para o hotel e descansar... faremos os trâmites no dia seguinte.

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