QUEM RECLAMA DA CHUVA...

2º dia de viagem
Cidade: Corumbá/MS | Categoria: Diário do Piloto
Revisado em: 28/10/2017
Diário de Motocicleta

... tem mais é que fritar ao Sol. E foi o que aconteceu hoje.

Saímos atrasados como de costume, mas desta vez não foi por conta da preguiça ou demora em arrumar toda a bagunça, e sim por uma pequena centena de mensagens de amigos desejando boas estradas pelo Facebook, Whatsapp e e-mail.

São momentos como estes, são essas demonstrações de carinho que quebram a solidão dentro do capacete, e com certeza nos dá um baita impulso para seguir em frente, relatando acontecimentos, reunindo dicas e compartilhando tudo com os amigos.

Então vamos lá... honrar todo esse carinho!

Saímos hoje de Três Lagoas com o objetivo de rodar cerca de 750 km, rasgando o Estado do Mato Grosso do Sul, entrando no Pantanal e chegando em Corumbá.

O caminho é um velho conhecido nosso, e para quem nunca motocou a BR-262, o traçado é fácil e quase impossível de se perder ou pegar uma rotatória errada.

O "senão" pesa em dois pontos, excesso de caminhões e asfalto remendado e esburacado, principalmente nos primeiros 200 km. Já foi pior, mas hoje encontramos a pista em obras – um trecho dela antes de Ribas do Rio Pardo, aonde tivemos que esperar a liberação da pista por quase 40 minutos, fritando no Sol quente do meio dia.

Quando nos liberaram, pudemos constatar que muito já foi recapeado, mas sinceramente, o remendo ficou pior que o rasgo. O asfalto que aplicaram é extremamente grosso, áspero e cheio de costelas de vaca, que acabou oferecendo uma viagem desconfortável quase até Campo Grande.

Sinceramente, pela quantidade de caminhões que cruzam essa estrada, esse piso torto não tardará em romper em enormes buracos.

Falando desses grandões gentis, que geralmente nos dão passagem, hoje um FDP nos jogou para fora da estrada literalmente.
Em uma subida da qual não se via o topo, um caminhão vinha na pista contrária, fazendo uma ultrapassagem proibida e sem visão alguma.
Quando finalmente nos vimos, acendi os faróis alto, mas já era tarde... reduzi as marchas o máximo que pude, pisei no freio traseiro, depois dianteiro e procurei por um pedaço de acostamento seguro (não há acostamento em boa parte desta pista) de forma a sair da frente daquela anta que passou por nós travando as rodas.

Tive vontade de dar meia volta e perseguir aquele desgraçado, mas não levaria a nada além de um bate boca.

Respiramos fundo e voltamos para a estrada.
Como já tínhamos perdido um bom tempo parado na pista por conta das obras, fizemos uma parada rápida apenas para abastecer em Campo Grande, e seguimos viagem, parando para comer um misto quente na altura de Miranda, cerca de 250 km antes de Corumbá.

Como previsto, chegamos no início da noite, mas curtimos um pôr do Sol fantástico na estrada, em meio ao Pantanal e com um céu azul, azul, azul.

Amanhã tem aduana e migração... vamos comprar alguns Pesos Bolivianos para viagem e se der tempo, passear por Corumbá

Continuem com a gente!

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