AOS PÉS DO VULCÃO DEL RUIZ

Cidade: Manizales/CO | Categoria: Passeios
Postado em: 28/8/2015
Diário de Motocicleta

Eram 5h30 da manhã quando o despertador tocou... fato raríssimo nas nossas viagens, sempre acordamos por volta das 7h – 8h, mas hoje tínhamos um passeio que começava cedo, e distante uns 50 km do nosso hotel, o que na Colômbia significa pelo menos 1h30 de estrada.

Contratamos uma agência para nos levar ao Parque Nacional Natural Los Nevados, onde poderíamos chegar bem perto do Vulcão Del Ruiz, o ceifador de vidas de Armero (confira o artigo do dia anterior).

Nossa van nos pegou, e depois que uma família de Alemães, um Francês e um grupo de amigos dos Estados Unidos foram resgatados, seguimos pela Ruta 50, a mesma que usamos para chegar em Manizales, rumo ao Parque.

Antes paramos para um café da manhã meio pobrinho, mas nos padrões Latino Americano e finalmente pegamos uma estradinha onde em poucos minutos já foi possível ver o Del Ruiz cuspindo fumaça cinza e preta... a não mais do que 5 km de nós.

Armero me veio na cabeça.
Desde 1984 ele está em atividade, e depois da explosão de 85, vem fumando todos os dias.

É impressionante estar tão perto assim de um Vulcão ativo.

Voltamos todos para a van e ao chegarmos na portaria do Parque, assistimos um filme que conta sobre a região que conta além do Del Ruiz, com outros três vulcões e um ecossistema que só é encontrado em 4 países no mundo – Colômbia, Equador, Peru e Costa Rica... trata-se do Páramo, uma vegetação típica de alta montanha que se adaptou a grandes altitudes, com plantas únicas e que quanto mais alto, menores e mais escuras ficam, para absorver melhor os raios do Sol.

A Colchão de Pobre é uma planta que cresce rasteira, sempre em forma elíptica e que capta água da chuva, aquecendo-a e servindo de alimento para outras espécies. É chamada de colchão de pobre, por que é macia por conta da água que absorve e retém no solo.

Após a apresentação do filme, seguimos Parque adentro, com mais um guia, que foi nos explicando vários trechos do caminho, até que chegamos ao Valle de las Tumbas, às margens do Cânion de Tolima por onde as ondas de enxurradas que atingiram Armero passaram.
No local havia um acampamento, refúgio como é chamado, mas que foi levado após a explosão em 1985.

O local é um deserto coberto de cinzas e rochas que foram expelidas pelo Del Ruiz, e que no passado foram rios de lava.

Isso tudo a cerca de 4.380 m de altitude, com um vento gelaaaaado e uma neblina que ora limitava a paisagem a poucos metros, ora abria e revelava outro vulcão, o La Olleta que repousa adormecido a mais de 10.000 anos.

Deste ponto em diante não é mais autorizado seguirmos por conta das atividades vulcânicas... mas até ai já valeu o dia.

Regressamos para Manizales e sinceramente o passeio poderia ter acabado ai, mas a nossa agência ainda incluía um almoço não muito saboroso e mergulho nas termas do Del Ruiz... e para este eu estava até disposto a mergulhar, até o momento em que chegamos a um clube... na verdade, nas piscinas de um hotel.
Ai desanimei, pensei que termas era como no Deserto do Atacama, com água corrente, a céu aberto, rochas e natureza em volta... agora uma piscina de água quente com serviço de bar, por favor... eu sou do litoral e não vou em clube.

Tomei uma cerveja enquanto a família de Alemães ficavam vermelhos na água quente, antes de voltarmos para o hotel.

Esse tour nos custou US$ 94,00 o casal, mas você pode subir até o Parque e pagar cerca de US$ 30,00, mas somente se estiver de carro, por que moto não entra.

Amanhã seguimos para Cali.

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