MOTOCICLISTA COLOMBIANO EM SUA VOLTA AO MUNDO PASSA PELO LITORAL DE SÃO PAULO

Postado em: 6/4/2013 | Categoria: Entrevista
Diário de Motocicleta

Quando minha amiga Sônia me avisou que um moto aventureiro da Colômbia estava hospedado na sua casa em Praia Grande/SP, não pensei dois segundos antes de marcar uma entrevista aqui para o Diário de Motocicleta, o que rendeu um delicioso bate papo entre dicas de viagem pela Colômbia e as aventuras de Jorge e Milú – sua moto.


Jorge, 25 anos é natural de Cali na Colômbia, já anda de moto há algum tempo, mas seus horizontes estavam cerrados em turismo local e algumas andanças pelo Panamá.
Mecânico de motos, em 20 de Setembro de 2012 saiu de casa com a idéia de rodar e conhecer o máximo possível de cada país da América Latina e com apenas 30 mil Pesos Colombianos (R$15mil) começou sua aventura.

Após alguns km ainda na Colômbia, Jorge entrou no Equador onde permaneceu durante 2 meses rodando mais de 4.500 km conhecendo pessoas e lugares incríveis.


Na seqüência entrou no Peru por onde rodou na Selva Amazônica e após atravessar a Cordilheira Branca (parte mais alta da Cordilheira dos Andes) chegou à costa do Pacífico e desceu rumo a Lima, Nasca, até se atraído para Cuzco e as maravilhas de Machu Picchu.
Neste trecho sua namorada o encontrou e juntos visitaram a “montanha mágica” dos Incas.

Jorge é o fundador do Cali Moto Clube que já existe há cinco anos, e este espírito de irmandade é o que lhe tem ajudado ao longo do caminho, onde sempre encontra abrigo e até trabalho, como no Peru e na Argentina onde trabalhou algumas semanas como mecânico e conseguiu dinheiro para prosseguir na viagem.

O destino seguinte foi a Bolívia onde visitou lugares incríveis como Potosí – a cidade mais alta do mundo – e Sucre.
Encarou as areias da Ruta Nacional 5 – o Diário de Motocicleta rodou por esta estrada em 2011 onde 150 km foram vencidos em 7h – e saindo em Santa Cruz de la Sierra seguiu para o Brasil, entrando por Corumbá.


Jorge confessa que tinha receio de entrar no Brasil e que não fazia parte dos planos encarar as terras tupiniquins, tudo por conta da propaganda negativa que a violência nas favelas cariocas espalham nos noticiários pelo mundo. A impressão que ele tinha é que a insegurança reinava nas nossas ruas e estradas, quase que o mesmo receio que muitos motociclistas têm de topar de frente com as FARC ou narcotraficantes na Colômbia.

Na prática a teoria é outra.

Motocando pelo Mato Grosso e depois São Paulo, Jorge e sua Milú, uma Sandow 250, pretendem subir até o Rio de Janeiro pela Rio-Santos e depois descer para Foz do Iguaçu e posteriormente Cordoba, Mendoza, Santiago no Chile, por onde seguirá a Carretera Austral até o Ushuaia.
Quando subir para Buenos Aires pretende atravessar o Atlântico até a África do Sul e de lá subir para Europa, Ásia e América do Norte, dando assim uma volta ao mundo em aproximadamente 5 anos.


Dicas sobre a Colômbia



Aproveitando a fonte quentíssima, aproveitei para tirar algumas dúvidas sobre motocar na Colômbia, uma vez que tanto a caminho do Alaska como ao Caribe, a passagem por lá é mais que certa.

As rodovias colombianas segundo Jorge são sinuosas e com um asfalto bom, por todo o país, não há estradas com rípio ou terra batida. Não existem também auto pistas, predominando assim as vicinais, e talvez por este motivo não há cobrança de pedágios.

Na fronteira o processo é tranqüilo e a Identidade vale como Passaporte. É preciso “permisso” para a moto, lá chamado de “temporal” e é exigido o S.O.A.T (seguro obrigatório para acidentes de trânsito) assim como no Peru - semelhante ao nosso DPVAT ou a Carta Verde no Mercosul. Custa cerca de US$ 40,00 para um mês.

A gasolina é medida em Galão de aproximadamente 4L a um custo médio de R$ 3,20 o litro.

A Colômbia possui costa litorânea do lado do Pacífico e Atlântico, porém somente no Atlântico existe cidades e o belíssimo Caribe que segundo Jorge,  seus 1.000 km de litoral devem ser curtidos durante um mês.

Já a Cordilheira dos Andes avança sobre o território e se divide em três tipos, a Central, Oriental e Ocidental... todas de tirar o chapéu, ou o capacete.

Quanto a Guerrilha e Traficantes, estes ficam mais na selva onde não há acesso, prova disso é que os únicos lugares que oferecem estradas para fora do país é ao Sul na divisa com o Equador e ao Leste com a Venezuela.

A moeda usada é o Peso Colombiano onde $ 1.000,00 Pesos equivalem a R$ 1,00 (ABR/13 - R$1,00 = US$ 2,15).

Para seguir as aventuras do Jorge na sua volta ao mundo, acessem o facebook dele.

Nós aqui do Diário de Motocicleta desejamos ao amigo Jorge boas estradas nesta incrível viagem de moto avetura.
Que bons ventos o leve!



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