DESPREPARO 1, 2 E 3 - A NOVA CATEGORIA DA CNH

Revisado em: 03/03/2018 | Categoria: Mundo 2 Rodas
Diário de Motocicleta

Em muitas estradas do Chile avistamos placas de sinalização indicando a velocidade máxima e mínima, uma coisa ao menos para mim, inédita nas rodovias brasileiras.
O que vemos são placas informando a velocidade máxima para veículos leves e pesados. Mas, o quão devagar podemos pilotar nas nossas estradas?

A mãe de um amigo meu uma vez soltou dentro do carro, que meu amigo andava muito rápido para aquela faixa (?), que 120 km/h era apenas na faixa da esquerda. Aquela se destinava à 100 km/h e a direita 90 km/h.

Um absurdo desse me faz lembrar um recente artigo da Abraciclo (acabei de publicar novamente) que aborda a questão das Auto Moto Escolas não formarem condutores. O foco destas escolas se compara aos cursinhos; não querem formar pessoas de opiniões, querem preparar o cabra para o vestibular.

Nas ruas e estradas se encontra, além da falta de respeito mútuo, motoristas e pilotos sem o menor preparo para a vida real.
Cidadãos que mal dimensionam seu veículos e subjugam a potência de seus motores, comentem erros absurdos desde um burro, até centenas de Cavalos de Força.


Num mesmo dia de estrada, dois fatos me chamaram a atenção neste assunto de velocidade mínima.
Na Rod. Dos Imigrantes (SP150) é comum domingueiros durante a semana andarem na terceira faixa, tranquilamente, a 80 km/h.

Pelo Código de Trânsito Brasileiro, este digamos, cidadão de bem, está dentro da lei, já que no CAPÍTULO III - DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA encontramos o Art. 62. que diz “A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da velocidade máxima estabelecida, respeitadas as condições operacionais de trânsito e da via.” Ou seja, em uma pista de máxima 120 km/h, este nó cego pode andar até os absurdos 60 km/h.

Acha impossível alguém cometer um ato louco deste?

Eu também achava até cruzar com um motorista trafegando na quarta faixa da Rod. Dos Bandeirantes (SP348), com um Astra Prata e seus reluzentes pisca-alertas ligados a 60 km/h.

Primeiro achei que ele estivesse com problemas, até acompanhar por um tempo o engarrafamento e buzinaço que se formava atrás dele.
Quando passei por ele, o vi grudado no volante, não mais que 45 anos de idade, com um semblante tranquilo de estar fazendo a coisa certa.

Para se ter uma ideia, consegui avançar até o próximo Posto, ligar minha câmera, ver ele passando por mim e ainda alcançá-lo novamente, mas desta vez com um pouco mais de caos ao se redor... os caminhões em fila dupla ajudavam a piorar o cenário.

O cara não saia da quarta faixa mesmo com faróis alto, buzinas, gente zigue-zagueando atrás dele... nada! Até que de repente ele viu a placa indicando o Frango Assado e começou a peregrinação em atravessar 4 faixas a 60 km/h.
Finalmente dando seta para direita, começou uma batalha em olhar para frente e para o retrovisor, quando parei ao seu lado esquerdo e comecei a filmar.

É estarrecedor saber que um sujeito destes, sem qualquer preparo está na estrada, e realmente é irresponsável acreditar que transitar tal qual uma tartaruga, evita-se acidentes.

Não fiquei muito ao seu lado, pois eu entrava em um terceiro estágio, onde ele me olhava sempre após uma olhada fixa no retrovisor e outra pra frente. Ficar ali acabaria ocasionando ou facilitando um acidente, foi quando me adiantei e observei pelo meu espelho.

O sujeito foi para o acostamento e trafegou bem uns 500 m por ele... sozinho e exclusivo.

Eu pensei em avisar um policial no pedágio, uns 5 km a frente, mas como descrever um carro prata na estrada? Onde diabos enfiaram as cores da década de 70? Enfim...

O Código de Trânsito Brasileiro legitima esse cabra a andar a 60 km/h na Bandeirantes, mas também observa no Art. 26. quando determina que “os usuários das vias terrestres" devem:
I - abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos à propriedades públicas ou privadas;

A lei diz e não diz, as escolas não formam para a realidade e esperam que a prática lapide o condutor – imagina esse padrão adotado nas áreas de medicina ou engenharia – e a fiscalização, como era uma quinta-feira, abranda quando presente.

Complicado esse círculo!

Isso reforça que devemos fazer a nossa parte, agirmos com consciência, visando a nossa segurança e a de terceiros, mas sem deixar a máxima de pilotar para si e para os outros.

Boas estradas à todos!

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