RODANDO AS CIDADES DA BOLÍVIA

Revisado em: 03/03/2018 | Categoria: Estradas e Destinos
Diário de Motocicleta

Se pudermos justificar de forma simples o motivo pelo qual vale a pena motocar pela Bolívia, em primeiro lugar não tem como negar, é barato demais, em segundo os pontos turísticos históricos são incríveis, mas ai surge um terceiro que são as paisagens gigantescas da Cordilheira dos Andes e se abrir porteira, os motivos realmente não cessão de aparecer.

Serpenteamos a Cordilheira e cruzamos o país do Sul ao Centro-Oeste e depois ao Norte, num total de 10 dias e pouco mais de 1.800 km.
As estradas no começo são difíceis, principalmente entrando pelo Sul e vindo do Paraguai. Depois melhora, piora e vira tapete. Mas isso por conta do nosso roteiro onde quisemos percorrer os passos dos Incas quando vinham para o Brasil, mas há rotas alternativas bem melhores... se bem que eu acho que o nosso caminho é que foi alternativo (rs).

De toda forma, difícil ou não, foi maravilhoso e de encher os olhos.
Ver a Cordilheira dos Andes surgir como um morrinho e depois ir se embrenhando vales a dentro e ir subindo, subindo e subindo, é uma sensação difícil de explicar.
A paisagem exuberante te deixa bem claro que as forças do nosso planeta são descomunais e que diante disso não somos mais que formigas que andam de moto.

Outra vantagem do nosso trajeto foi que não sofremos com o mal de altitude, isso por que fomos subindo gradativamente e nos adaptando até atingir 4.000 m e cruzar o país inteiro na média dos 3.800 m.

O total gasto na Bolívia com estadia, combustível, refeição, compras e passeios girou em torno de R$1.000,00 ou R$100,00 por dia.
Se eu soubesse destes custos teria feito mais compras na Bolívia, por que nela se encontra TUDO o que é oferecido no Peru e Chile, mas por uma fração do preço... um exemplo é aquela tocas de pelo de lhama que cobrem as orelhas... na Bolívia custa B.40,00 (R$9,80), o mesmo modelo no Peru salta para R$24,80 e no Chile R$35,00 – então fica a dica, abuse das compras na Bolívia.

As refeições também são muito baratas, não pagamos mais que R$35,00 em uma refeição para duas pessoas com suco e cerveja, aliás, existem pratos saboroso que são mais baratos que uma garrafa de cerveja. E falando da danada, se os amigos são apreciadores de loiras geladas, recomendo que experimentem todas e depois nos conte o que acharam. A variação vai da cerveja aguada a encorpada, servida fria ou quente, jamais gelada ou trincando, aliás, “gelado” para eles significa sorvete, então peça “fria”, embora não vá adiantar muito!

Em relação aos hotéis, tirando Villa Montes e Aiquile, nos hospedamos com conforto e economia onde as diárias flutuaram entre R$40,00 e R$80,00 (quarto para casal).

Já se tratando das cidades, recomendamos e pretendemos voltar para Sucre e Potosí.
Em Sucre nos hospedamos na Praça Central que pelo incrível que pareça não se chamava Plaza de Armas como no resto do continente Sul Americano. Ao seu redor existem inúmeras construções seculares que vão de Igrejas de 1600 até palacetes do Governo.
Sucre é a capital constitucional da Bolívia, embora o Governo esteja instalado em La Paz que é a capital administrativa.
Ao chegar a Sucre os amigos passarão pelo Parque dos Dinossauros, uma incrível parede com cerca de uns 100 m de altura, mas que na verdade foi um leito de rio onde os Dinossauros deixaram pegadas na lama... com o passar do tempo essa lama virou rocha e o movimento das placas tectônicas ergueram esse leito e hoje é possível ver os passinhos de cada um deles, pra lá e pra cá.

Em Potosí, a cidade mais alta do mundo com 4.040 m de altitude, era a cidade onde os Incas exploravam prata no Cerro Rico, morro que ainda mantém a mina em atividade.
As construções são fantásticas e os amigos não podem deixar de fazer duas coisas nesta cidade, uma é conhecer a Casa da Moeda, um passeio guiado por cerca de 2h onde é contata toda a história da colonização espanhola, a conquista do povo Inca da região, as primeiras cunhagens de moedas de prata da América Latina e a ascensão e queda de Potosí – para se ter uma idéia, Potosí no século 16 era mais populosa que Paris e Londres com cerca de 160.000 habitantes.

Outro passeio imperdível é a Iglesia de San Francisco que conta com um mirante onde se pode caminhar sobre a igreja. O visual é fantástico e para nós brasileiros um programa inusitado caminhar no telhado da igreja. Ela é belíssima por dentro e ainda conta com um calabouço e um convento.

Mais ao norte, em La Paz é preciso esquecer um pouco o caos do trânsito. Seta antes de virar? É um luxo e por certo usado pela elite intelectual do país, ou nem isso. O que conta mesmo é a buzina.

Mas tirando essa bagunça, La Paz também oferece monumentos fantásticos como a Catedral de La Paz que é simplesmente gigantesca e imponente. Vale muito à pena conhecer.

Seguindo em direção ao Lago Titicaca, não falta mais nada para fechar a passagem pela Bolívia com chave de ouro. Um lago lindíssimo que refresca os olhos cansados de tantas rochas e os paredões dos Andes.
A Ruta 2 como mencionado no artigo anterior é um show a parte e se der sorte de motocar por ela por volta das 16h, a inclinação do Sol vai fazer os amigos andarem mais devagar querendo que o tempo não passe.

Chagando em Copacabana, uma cidadezinha a beira lago, o passeio recomendado é conhecer a Isla Del Sol, a ilha sagrada dos Incas em um passeio que lava o dia inteiro, mas muito recompensador. Na ilha é possível conhecer o museu do Jaques Costeau que fez mergulhos próximos a ilha e encontrou uma cidade submersa. O museu é bem simples, mas todas as peças foram deixadas lá pelo próprio pesquisador. Ainda pode-se visitar a Pedra Sagrada, a Pisada do Sol e o Labirinto. Se os amigos não forem fumante ou estiverem em dia com suas atividades físicas, podem fazer uma caminhada de 8 km deste ponto até a face norte da ilha. Para isso terão que sobreviver a subida de até 5.000 metros de altitude e percorrer em pouco mais de 2h30, até encontrarem com o barco de volta... eu pulei essa fase (rs).

A Bolívia é muito mais que esse breve relato e se eu fosse contar tudo... vixi!
Se precisarem de mais informações, convido os amigos a pesquisarem as páginas do Diário de Motocicleta que conta com detalhes de todas as cidades pelas quais passamos com dicas de hotéis, restaurantes, mapas e muito mais.

No próximo artigo falaremos sobre o Peru!

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