DOCUMENTOS PARA RODAR O MERCOSUL
Não são poucas as pessoas que reclamam da burocracia, e isso não é privilégio brasileiro, como também não é nossa patente a desinformação e/ou informações erradas.
Para viajar pela América Latina – nosso roteiro passará por Paraguai, Bolívia, Peru, Chile e Argentina – são necessários uma série de documentos, lembrando que cada caso é um caso, um documento, uma exigência que às vezes não passa de solicitação equivocada e, em alguns casos, pedidos sem cabimento algum.
Em viagens por terra, é necessário dar entrada e saída dos países visitados, então é prudente levar ao menos duas cópias de cada documento para cada país percorrido, mas não há nada que impeça de ser novamente parado e as cópias solicitadas.
Viajando de moto, você pode se enquadrar em três situações distintas:
1- Moto quitada no seu nome;
2- Moto de terceiro (quitada ou financiada);
3- Moto alienada (financiada).
Para as três situações a Carta Verde é obrigatória. Ela é um seguro contra acidente com terceiros que é válido nos países do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai).
O Chile é um pais associado ao Mercosul mas não integrante. Aceita a Carta Verde, diferente da Bolívia que não exige tal documento.
Já o Peru, apesar de ser também associado, mas não integrante, exige outro documento de seguro que falarei a seguir.
A Carta Verde pode ser tirada em Seguradoras ou despachantes e seu custo é calculado com base no número de países e dias de viagem.
Nosso grupo providenciou este seguro com a Consede Seguros e, para três países e 50 dias de rodagem, o custo ficou em R$310,00.
Se a sua moto estiver em seu nome e quitada, você pode tirar a Carta Verde nas fronteiras. O custo cai bastante, mas vale lembrar que o documento só vale para o país que você estará ingressando. Ao cruzar outra fronteira terá que tirar nova Carta Verde.
É a velha história que o barato sai caro. Nesse esquema você pagará em média R$60,00 por Carta Verde, mas vai ficar tomando um chá de cadeira, além de correr o risco de ser achacado... sabe como é, já que tá ali... a ocasião faz o ladrão!
Na situação de moto alienada, financiada por bancos, com posse desta Carta Verde, você deve entrar em contato com o banco financiador e, solicitar uma Autorização para circular com a moto por países estrangeiros.
Cada banco chama essa autorização de um nome... no Bradesco ela é “Declaração de Viagem ao Exterior”.
No caso do Bradesco o pedido pode ser feito por e-mail ou fax, e são solicitados cópia do CNH, CRLV e Carta Verde. A autorização é enviado para o seu endereço em até 10 dias úteis.
Mais uma vez tire cópias desta autorização.
Eu liguei nos consulados do Peru, Chile e Bolívia e quase cai para trás diante de tanta burocracia.
Todos me pediram que eu enviasse CNH, CRLV e Autorização do banco para o Itamaraty legalizar e, só então, com posse dos carimbos do Itamaraty, eu levaria ao consulado para chancelar essa autorização.
Acontece que o contato com o Itamaraty só se dá via Correios e pode levar até 20 dias úteis. Um absurdo em tempos onde a digitalização de documentos pode ser encontrada em cada esquina e, que talvez não haja um ser adulto no mundo sem e-mail!
Tá bom... um ser que viaja de moto, que seja! (rs)
Enfim, burocracia ao extremo e que não acabava por ai.
No consulado da Bolívia eu ainda tinha que mandar traduzir estes documentos com um Tradutor Juramentado e só depois deveria ir ao consulado pagar uma taxa de R$60,00 e aguardar 24h.
Quando disse que eu tinha pouco tempo para isso, fui informado que – “não há garantias que tais documentos sejam cobrados na Bolívia” (sic) – então vou para estrada assim mesmo.
Consultando o Atie do Buena Vista MC, um velho amigo meu, que já rodou a América Latina em todas as direções possíveis, me informou que durante a viagem nada disso é pedido, que ao sair do Brasil solicitarão autorização do banco e demais documentos, mas que depois a nossa procedência não será mais o nosso país de origem e, que a partir disso, o que vale são os documentos da moto e pessoais.
Nosso terceiro caso é o mais chato, é a moto em nome de terceiros.
Seja no nome do seu pai, esposa ou da empresa, neste caso será preciso uma declaração do proprietário autorizando você a circular com a moto pelos países X, Y, Z... essa declaração deve ter firma reconhecida e, a ela somada cópias autenticadas. Em posse delas, ai sim deve-se ir nos consulados pegar a chancela que valida tal documento. Mesmo assim, esqueça esse papo de levar no Itamaraty... isso não pegou ou sei lá o que.
• Passaporte. Ele não é exigido no Paraguai, Argentina, Uruguai, Peru e Chile onde apenas a Identidade (RG) é solicitada, porém, o mesmo tem que estar em perfeito estado e sua data de emissão não devem ultrapassar 10 anos.
• Carta Internacional de Habilitação – PID – é outro documento que não é cobrado... é bom tirar por via das dúvidas, mas são poucos os motociclistas que declaram que foram solicitados a apresentar. Custa em média R$250,00 e tem a validade da CNH usual.
No Peru como dito acima, não é aceito a Carta Verde e em seu lugar foi instituído o SOAT em janeiro de 2011. Esse seguro contra acidente de terceiros deve ser adquirido em despachantes e/ou seguradoras... na Aduana do Peru não existe para vender e para entrar no país você deverá pagar propina.
Conversando com o amigo Policarpo que segue para o Alaska na Jornada 3 Américas, em Cusco o SOAT custa barato, U$ 13.
• Certificado Internacional de Vacinação constando a vacina de Febre Amarela e, boa viagem.
Na volta eu relato o que me pediram e o que sequer apresentei!