UM DIA DE PERRENGUE - PARTE 3

50º dia de viagem
Cidade: Foz do Iguaçu/PR | Categoria: Diário do Piloto
Revisado em: 16/08/2017
Diário de Motocicleta

Assim que chegamos no hotel em Roque Sáens Peña, vi as motos do Lírio e do Jorge estacionadas e tratei de deixar um bilhete, pedindo que me chamassem antes de sair.

Subimos para o quarto com uma garrafa de água e um litro de Quilmes Cristal.
O Hotel não tinha nada para comer, então nos satisfizemos com líquido.
A cerveja me fez relaxar um pouco do dia tenso, e até me ajudou a dormir, mas meu sono foi muito leve, pois a preocupação de estar com a carteira vazia era angustiante.

Levantei e desci para o café da manhã o mais rápido possível, pois a barriga doia e roncava de fome.
Numa rápida conferida no estacionamento, vi que as motos dos meus amigos já não estavam mais ali, e via bilhete no meu tanque, Lírio se desculpava por não ter me acordado, já que partiram para estrada muito cedo, com planos de almoçar no Brasil.

Pensei em lhe pedir uns trocados, ou mesmo comprar agora e pagar depois no Brasil, mas fiquei com vergonha, além do que, é muita folga pedir grana para quem conhecemos um dia anterior na estrada.

Na recepção pedi informações sobre caixas eletrônicos, e já aproveitei para tentar pagar o hotel com meu Cartão de Crédito que foi recusado... com o cartão de débito o sistema não podia ser acessado.

Fiquei gelado e parti para os caixas.

Depois de umas cinco quadras grandes, cheguei no Banco Nacional da Argentina com o mesmo sistema LINK que já me recusara os saques em Taco Pozo e Monte Quemado, e me lembro de ter entrado na agência pisando primeiro com o pé direito... eu precisava de fé.

Na agência haviam cinco máquinas e tentei em todas elas as mais diferentes quantias... de $ 2.000,00 até $ 100,00 Pesos Argentinos e nada... sempre a mensagem que eu estava solicitando uma quantia acima do permitido, ou que a minha operação não era autorizada.

As coisas não iam bem pro meu lado.
Precisava pagar o Hotel ($ 500) e um extra pra gasolina até o Brasil ($ 500).

Sai do banco pensando em mendigar, mas com uma camisa escrita DUCATI, acho que não teria tanta credibilidade assim.

Vi outro caixa eletrônico do sistema LINK e entrei com o pé esquerdo mesmo, pois superstições e crendices não servem para nada.
Coloquei o cartão, pedi $ 1.000,00 e não acreditei quando a máquina começou a contar o dinheiro.

Comecei a gritar dentro da cabine e fiz nova tentativa depois para garantir mais um troco, mas o sistema novamente não respondeu.
Quando sai as pessoas na fila olhavam assustadas para a minha cara de felicidade e sorriso largo.

Fui para o hotel e vi que o pneu estava murcho...


A continuação desta história está nas páginas do livro TAQUEOPARIU - O outro lado das viagens de moto - que narra apenas os perrengues vividos nas nossas últimas viagens.

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